Guilherme Pinto quer mais equipamentos com a qualidade do CEIIA no parque de Real

Desmantelamento do parque de combustíveis de Matosinhos-Sul “começa este ano”, assegura o presidente da câmara.

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O parque de combustíveis vai dar lugar a construções e a uma área verde de 14 hectares, em Matosinhos-Sul Fernando Veludo/NFactos

O presidente da Câmara de Matosinhos assegura que tudo está encaminhado para que os depósitos de combustíveis da Galp, BP e Cepsa comecem a ser retirados do parque de armazenamento de Real, em Matosinhos-Sul. Apesar de ter ainda de ser afinada e concertada uma solução para os pipelines que ligam o terminal de combustíveis de Leixões a esta zona, Guilherme Pinto acredita que o desmantelamento daquelas infra-estruturas vai arrancar ainda em 2014 e tem uma ideia para o tipo de equipamento que ali gostaria de ver instalado: algo tão marcante como a Unidade de Engenharia Aeronáutica do Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel, o CEIIA.

As instalações desta nova unidade do CEIIA, praticamente concluídas, estão localizadas junto à Circunvalação, nos terrenos adjacentes aos muros do parque de combustíveis, no quarteirão que há-de dar lugar a equipamentos e lotes de habitação e comércio em 28 mil metros quadrados confinantes com a Rua de Sousa Aroso e a Avenida do Infante Dom Henrique, e a um espaço verde nos restantes 14 hectares de terreno. Em relação a futuros equipamentos, Guilherme Pinto pretende que tenham as características inovadoras daquele investimento de 37 milhões de euros que trará para Matosinhos importantes projectos internacionais na área da aeronáutica e que dará emprego a 220 quadros altamente qualificados.

O município vai ficar com parte da área de construção do parque de Real e avaliou-a em 14 milhões de euros. No ano passado, a autarquia tinha já recebido das três empresas sete milhões de euros, conseguindo, desta forma, nas suas contas, os 21 milhões de euros que vinha reclamando, em tribunal, em mais de três dezenas de processos relacionados com a recusa de pagamento das taxas de direito de passagem por parte daquelas firmas que usam o subsolo para transportar o combustível para os depósitos. Processos longos, que estavam a custar milhares de euros aos cofres da câmara, queixara-se, ainda no ano passado, Guilherme Pinto.      

Se as partes chegaram a acordo quando à retirada dos depósitos e à descontaminação dos terrenos – a parte do processo mais problemática e a exigir um acompanhamento do ponto de vista ambiental –, perceberam que nada estava escrito, nos protocolos que firmaram, sobre o destino a dar às condutas que tinham estado na origem dos conflitos judiciais. Por isso, a câmara contratou uma empresa de consultoria para definir uma proposta de solução para os pipelines que atravessam a marginal, a Avenida do Infante Dom Henrique e a Rua de Sousa Aroso.

Sobre isto, nada foi ainda concretizado, mas, como o próprio Guilherme Pinto admitiu, a questão pode resolver-se por via de um compromisso que garanta que, no momento em que haja uma obra em determinado ponto destas ruas, a empresa dona dos pipelines se responsabilize por retirar as tubagens, que, até lá, serão seladas. O autarca quer evitar o desmantelamento simultâneo destas ligações, que obrigariam a esburacar e fechar três importantes ruas da cidade.  

O acordo com as petrolíferas foi muito criticado pela oposição camarária. Entendiam as várias forças políticas que a autarquia não teria nada a ceder às petrolíferas após o fim da licença de utilização daquela área como parque de combustíveis, no final deste ano. Mas Guilherme insistiu sempre que o Plano de Urbanização de Matosinhos-Sul prevê a construção em parte dos terrenos, e o seu executivo, reeleito nas ultimas autárquicas, entendeu que esta seria a melhor forma de resolver de uma vez dois problemas – os processos judiciais e a questão urbanística da proximidade dos silos de combustíveis às habitações da zona.

A Galp Energia vai entretanto avançar com um espaço de armazenamento em Perafita, no prolongamento para nascente da refinaria de Leça da Palmeira. A obra inclui a construção de um acesso dedicado à A28, que garantirá que os camiões de transporte de combustível não necessitarão de atravessar as ruas daquelas localidades.

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