Os municípios de Grândola e Silves querem aproveitar a atractividade turística das praias do litoral para desenvolver o turismo no interior do território nacional, promovendo as potencialidades dos concelhos junto dos banhistas.

Os dois municípios portugueses integram um projecto europeu, que junta várias cidades francesas, espanholas e portuguesas na criação de uma rede internacional de promoção do turismo e do desenvolvimento sustentável. A ideia do Projecto Odyssea é levar os turistas das zonas marítimas e costeiras ao interior das regiões próximas, promovendo a oferta do património arquitectónico, cultural ou gastronómico das localidades vizinhas.

O programa é considerado pela União Europeia como uma referência no incentivo ao desenvolvimento sustentável e na protecção ambiental pelo potencial de contributo para o aumento da coesão territorial, entre litoral e interior, e para a preservação e aproveitamento dos recursos naturais e tradicionais das regiões menos desenvolvidas.

No caso de Grândola, foram instalados quatro pontos de informação digital em locais estratégicos na península de Tróia, para informar os muitos turistas desta zona balnear sobre a oferta turística existente no interior do concelho alentejano. Os banhistas podem consultar numa plataforma digital toda a oferta turística existente nas proximidades da praia ou do hotel onde estão instalados.

Grândola e Silves estão integrados na rede europeia juntamente com a Andaluzia espanhola, através da cooperação entre estes municípios portugueses e o governo regional da Andaluzia, e as três entidades apresentaram ontem os resultados finais do trabalho que têm vindo a desenvolver no âmbito deste projecto.

Grândola elaborou um guia de boas-práticas, Silves apostou na formação e qualificação dos parceiros locais integrados nas rotas turísticas e a Andaluzia trabalhou na criação de clubes de produto.

Na conferência final, que juntou representantes dos municípios de Portugal e da Junta de Andalucía em Grândola, o presidente da câmara municipal alentejana classificou o projecto, que “muito tem contribuído para a valorização do território”, como “um dos que tem maior impacto local”.

“O trabalho em rede e as ligações fortes de amizade e colaboração permanecerão no futuro”, disse António Figueira Mendes, para quem a rede Odyssea serve para “fomentar a competitividade e o emprego” no interior do concelho.   

Carina Baptista, vereadora com o pelouro do turismo na câmara de Grândola, disse ao PÚBLICO que esta fase do projecto turístico “permite uma maior visibilidade do território assim como uma coesão da oferta” e que o próximo passo, para o município alentejano, é “criar um clube de produtores” que possa envolver melhor os agentes locais.