Governo garante que não está prevista plantação de eucaliptos no Alqueva

Nunca esteve e não está a ser equacionada a plantação, ao contrário do que é defendido pelo presidente da EDIA.

Foto
PCP considera pouco sensato que se promova a produção de pasta de papel a partir do eucalipto, matéria em que o país é auto-suficiente Daniel Rocha/Arquivo

O Ministério da Agricultura garantiu nesta segunda-feira que nunca esteve prevista nem se equaciona a plantação de eucaliptos nos blocos de rega do Alqueva, recentemente defendida pelo presidente da empresa gestora do projecto.

"Tendo em atenção a relevância do projecto de Alqueva para o sector agrícola e agro-industrial, nunca esteve, não está [prevista], nem se equaciona qualquer iniciativa no sentido de plantar eucaliptos nos blocos de rega" do empreendimento, refere o ministério.

A informação surge na resposta do Ministério da Agricultura a uma pergunta do deputado do PCP eleito por Beja, João Ramos, sobre a eventual plantação de eucaliptos nos blocos de rega da área de influência do Alqueva. A pergunta do deputado comunista surgiu após uma notícia do PÚBLICO, segundo a qual o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro da Costa Salema, é "favorável" à plantação de eucaliptos na área de influência do projecto, como forma de garantir a sustentabilidade do "regadio social", ou seja, de pequenas explorações agrícolas.

Na pergunta, João Ramos refutava "por completo" a posição do presidente da EDIA, considerando que "parece, no mínimo, pouco sensato que se pretenda promover a produção de matéria-prima para uma indústria [a da pasta de papel] em que o país é mais do que auto-suficiente", "ignorando" produções "essenciais e estratégicas", que "podem ser produzidas nos perímetros de rega de Alqueva".
 

Sugerir correcção
Comentar