Festival internacional de teatro volta aos jardins do Palácio de Cristal

Os preços variam entre os três e os cinco euros e o festival estará presente no Porto e em Matosinhos, com alguns espectáculos na Póvoa de Varzim, Arcos de Valdevez e Lousada.

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A sustentabilidade ambiental vai estar em debate durante quatro dias

O Fazer a Festa regressa com força à cidade do Porto, entre os dias 24 de Abril e 4 de Maio. A edição deste ano do festival internacional de teatro organizado pela companhia de teatro Art’Imagem vai contar com espectáculos de 19 companhias espalhados pelos jardins do Palácio de Cristal e o Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett. Nos últimos dias, a festa estende-se a Matosinhos com espectáculos de rua.

Na apresentação do programa do festival, o director da Art’Imagem, José Leitão, explicou que 2014 funciona como “o ano 0” do Fazer a Festa. “Esta edição vem assinalar o regresso ao Palácio, de onde nunca saímos verdadeiramente”, elucida José Leitão, acrescentando que os últimos anos foram marcados pela “programação de combate” face aos obstáculos levantados à cultura na cidade do Porto.

Desde o final dos anos 90 que o festival se realiza nos jardins do Palácio de Cristal, com duas excepções. Na 28ª edição, em 2009, o Fazer a Festa realizou-se na Maia, como forma de protesto pela retirada de financiamento da Câmara do Porto um mês antes do evento, e na 30ª edição, em 2011, quando o festival entendeu fazer intervenção em espaços artísticos numa crítica aos cortes nos apoios do Ministério da Cultura e à atitude da autarquia que não se mostrou disponível para ceder os espaços habituais ao festival.

José Leitão afirmou que, este ano, após a “mudança de ciclo político”, o pelouro da Cultura mostrou “toda a disponibilidade” em colaborar com o festival através da cedência dos espaços, da isenção das taxas municipais e da divulgação do evento. O festival está orçado em 80 mil euros.

Assim, o Fazer a Festa surge renovado e, ao contrário do ano anterior que contara com cerca de sete companhias de teatro, este ano são 19 as participantes no festival. Vão acontecer 33 espectáculos para gente de todas as idades. As companhias chegam de diferentes locais: onze são portuguesas, cinco galegas (Espanha), duas brasileiras e uma cabo-verdiana.Segundo José Leitão, o objectivo do festival é “trazer ao Porto companhias do espaço de língua portuguesa”, mesmo que não sejam as “principai s” companhias dos países envolvidos.

O mais importante para a organização tem sido levar os mais novos ao teatro o que, explicou o director da Art'Imagem,não tem sido fácil, quer pela falta de verbas dos transportes, quer pela burocracia que as autorizações para as deslocações dos menores implicam. Ainda assim já estão inscritas mais de 500 crianças.

O Fazer a Festa estreia-se com a peça “Mas era proibido roer os ossos”, do teatro CalaFrio da Guarda e será realizada a homenagem “40 minutos aos 40 anos do 25 de Abril”, onde 40 personagens do mundo do teatro dedicam um minuto ao dia da Liberdade.

Para além dos espectáculos, o festival conta também com a apresentação do livro Teatro para crianças, teatro para todos de Teresa Duarte e com dois debates sobre a situação do teatro, um deles intitulado "Como pode o teatro cavalgar a onda das indústrias criativas?".

Os bilhetes terão o custo de três euros para as crianças e reformados e cinco euros para o público em geral. Findo ao festival, alguns espectáculos poderão repetir-se na Póvoa de Varzim, Arcos de Valdevez e Lousada.

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