Festival de Cinema Luso-Brasileiro exibe todos os filmes de Sapinho

Programa inclui três estreias mundiais, um debate com Pedro Costa e uma homenagem a Paulo Rocha

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O filme Olho Nu, de Joel Pizzini fecha o festival, no próximo fim-de-semana DR

O 17.º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira fará uma retrospectiva integral das obras de Joaquim Sapinho, o realizador em foco na edição que arranca este domingo e termina no próximo. No último dia, pelas 16h00, Pedro Costa está no festival, que acontece no auditório da Biblioteca Municipal da Feira, para um debate em três perspectivas: a da crítica, a do próprio cineasta e da sua “família” cinematográfica.

Américo Santos, director do Festival Luso-Brasileiro, explica as escolhas. “Joaquim Sapinho é um cineasta que afirma muito a questão da portugalidade e este ano é ideal para fazermos uma retrospectiva deste género. Pedro Costa, a quem dedicámos um programa na primeira edição, é um cineasta que nos interessa e o debate é uma forma de trazer a palavra para o Festival”, afirma ao PÚBLICO, revelando que este modelo de debate assente em três vertentes, fórmula iniciada com João Salaviza na edição do ano passado, será para manter.

Este ano, o Luso-Brasileiro decidiu deliberadamente evocar o cinema português. “Mais do que uma questão de oportunidade, e que deve ser uma questão de oportunidade, é um gesto de solidariedade num momento de grande preocupação em relação ao cinema português. Se tudo continuar como está, poderemos assistir a um desmoronamento do sector”, refere Américo Santos.

O português Paulo Rocha, que faleceu no ano passado, terá uma singela homenagem através da exibição de Allegoria Della Prudenza, filme realizado para o Festival de Veneza. A obra é exibida hoje, a partir das 23h30, no programa especial dedicado à dupla João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, que venceram o Festival em 2012.

Ao todo, são oito dias em que duas cinematografias separadas pelo Atlântico e que falam a mesma língua se encontram no mesmo espaço e com cerca de cem pessoas ligadas ao mundo cinematográfico dos dois países. Nas sessões competitivas, estão 28 curtas e seis longas-metragens portuguesas e brasileiras. O filme E Agora? Lembra-me de Joaquim Pinto, que tem sido premiado em vários festivais, está na última secção da competição de longas-metragens, no sábado às 21h00.

O brasileiro Patrick Mendes ocupa a secção Sangue Novo, dedicada a cineastas emergentes, com 71 minutos distribuídos por cinco filmes que passam na sexta-feira pouco depois da meia-noite. E há três estreias mundiais no programa: Lura do português João Brás, Em Cada Lar Perfeito um Coração Desfeito da portuguesa Joana Linda e Ouça o Ciclone do brasileiro Lucas Camargo.

O Festival abre hoje com O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, filme brasileiro indicado para os Oscars de 2014 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. O último dia, 8 de Dezembro, começa com a novidade Avós & Netos, ou seja, um filme para os mais novos às 14h30 e um outro para os mais velhos às 16h00. A entrega dos prémios está marcada para as 21h30, seguindo-se exibição de Olho Nu do brasileiro Joel Pizzini que entra no universo artístico e existencial de Ney Matogrosso.

 

 
 

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