Feira cultural de Coimbra arranca junto a parque degradado pelas cheias

Aumento do orçamento para o evento acompanha subida do número de participantes. Autarquia aguarda resultado do fundo de emergência municipal para fazer intervenção no Parque Verde.

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Adriano Miranda

Pelo terceiro ano consecutivo nos actuais moldes, a Feira Cultural de Coimbra vai decorrer no Parque Dr. Manuel Braga entre os dias 3 e 12 de Junho. Entre edições musicais, artes plásticas, cultura, artesanato, representações institucionais e gastronomia, o número de participantes tem vindo a aumentar nos últimos anos e conta no evento deste ano com 177, mais 19 que em 2015.

Imediatamente a montante do parque onde vai decorrer a feira, na margem direita do rio Mondego, são ainda visíveis as consequências da subida das águas de Janeiro e Fevereiro. No Parque Verde, construído a uma cota mais baixa, observa-se ainda o jardim degradado, passadiços levantados e o interior dos estabelecimentos comerciais destruído.

Sobre uma eventual intervenção no Parque Verde, Manuel Machado afirma que “naturalmente” esta será feita. “Há uma parte que está a cargo dos serviços técnicos para manter as condições adequadas de funcionamento e segurança”, refere o autarca. Há depois outra “relativa a um investimento mais profundo” que envolve as edificações e cujo processo ainda decorre. “Foi requisitada a activação do fundo de emergência municipal. O procedimento está a decorrer e tem que estar concluído até ao próximo dia 1 de Junho”, explica. Só depois será possível determinar a extensão da intervenção.

Lembrando que uma parte das reparações “é obviamente [da responsabilidade] dos exploradores]”, Machado adianta que as obras podem “envolver a reparação de uma parte dos edifícios”. “Na parte que é de uso público, iremos intervir”, diz.

O orçamento estabelecido para a Feira Cultural de Coimbra é de 132 mil euros, mais 19 mil que no ano anterior e mais 34 mil que em 2014. Se no ano passado o aumento do valor investido foi justificado pelo autarca com a subida do cachet dos artistas, este ano, a vereadora da cultura, Carina Gomes, refere a existência de mais um dia e mais expositores na feira como as principais causas. A responsável acrescenta ainda um aumento do investimento de estruturas de apoio à feira, uma vez que instalações como sanitários não estão actualmente disponíveis no Parque Verde.

Duas novidades ambulantes são introduzidas este ano. A feira cultural conta com a presença de vendedores de comida de rua e, no dia 10 de Junho, uma dezena de bibliomóveis provenientes de vários pontos do país vai estacionar no evento.

Manuel Machado explica que os objectivos desta iniciativa passam por fortalecer “a projecção, o posicionamento e a notoriedade de Coimbra” para “aumentar a competitividade turística” da cidade e região. Através da “promoção de actores e agentes culturais da cidade”, o munício quer igualmente impulsionar a economia local.

Também os transportes públicos de Coimbra vão passar pelo evento com algumas “relíquias”. A empresa de transportes públicos da cidade vai estar representada com a exibição de um trólei de 1946 e de um autocarro de dois andares de 1964, ambos recentemente restaurados. 

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