Faro aposta na candidatura a cidade Europeia da Cultura

Corrigir o que foi mal feito, diz Lídia Jorge, é porventura a próxima forma expansão do Algarve

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O Algarve está a corrigir a rota da “devastação criada pela fúria imobiliária” depois de ter cavalgado a onda da uniformização turística. A opinião, manifestada pela escritora Lídia Jorge, na abertura da conferência internacional sobre “Património Cultural, Conhecimento e Cidadania”, realizada nesta terça-feira em Faro, veio colocar no centro do debate a importância da voz dos cidadãos e das organizações não-governamentais nos processos de transformação da sociedade.

A autora do Dia dos Prodígios colocou-se de papel de observadora “sempre empenhada” para dizer que via com satisfação o “momento de viragem” que se estava a operar na região em relação à paisagem cultural e à paisagem construída. Porém, não deixou de criticar os “municípios que entre si não se entendem” para que a região deixe de ser “um arquipélago de cidades artificialmente separadas, em que a união e a coordenação em torno de projectos comuns constituem práticas excepcionais”.

A conferência destinou-se a assinalar a importância da “Convenção de Faro”, assinada em Outubro de 2005 no âmbito da Conferência de Ministros da Cultura do Conselho da Europa. Por outro lado, a ocasião serviu também de pretexto para reafirmar a candidatura, ainda não formalizada, de Faro a Capital Europeia da Cultura, em 2027. O presidente do Centro Nacional de Cultura (CNC), Guilherme d’Oliveira Martins, recordou que o património “não é uma realidade do passado, retrospectiva, é uma realidade dinâmica e complexa”. Por seu lado, Lídia Jorge, referindo-se ao Algarve, assinalou a “progressiva consciência” pública para a importância de preservar a natureza dos vários territórios. No campo patrimonial, disse, “a correcção será porventura a nossa próxima forma de expansão”

 

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