Este ano, mais de 33 mil pessoas já visitaram os faróis portugueses

Horário das visitas gratuitas foi alargado durante o mês de Agosto. Faróis mais visitados são o de Leça, da Barra e o do Cabo de São Vicente.

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O Farol de Leça é um dos mais visitados do país Paulo Ricca/Arquivo
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Interior do Farol de Leça, no concelho de Matosinhos Rita França/arquivo
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O Farol da Barra, em Ílhavo, está também na lista dos mais procurados Carla Carvalho Tomás/Arquivo
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O Farol da Barra, em Ílhavo, está também na lista dos mais procurados Carla Carvalho Tomás/Arquivo
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O Farol do Cabo de São Vicente, no concelho de Vila do Bispo, é dos mais visitados também Enric Vives-Rubio

Quem pensa que estas imponentes estruturas, construídas em ferro ou em betão, se destinam exclusivamente a iluminar a orla marítima e a apoiar a navegação engana-se. Cada um dos cerca de 50 faróis que pontuam o litoral tem uma história para contar. E foi para dar a conhecer essas estórias que a Autoridade Marítima Nacional e a Direcção de Faróis decidiram alargar o período de visita durante o mês de Agosto, altura em que o número de curiosos aumenta. 

Este mês, os 28 faróis abertos (ver infografia), de Norte a Sul do país, regiões autónomas incluídas, vão estar acessíveis a quem os queira conhecer, das 14h às 19h, mais duas horas do que o habitual horário (14h às 17h), sem ser necessária marcação prévia. 

As visitas gratuitas às quartas-feiras começaram em Outubro de 2011 para "mostrar ao público o património, ao nível arquitectónico, mas também os equipamentos que continuam em funcionamento nos faróis e que têm um grande valor histórico”, disse ao PÚBLICO o chefe do Gabinete de Estudos da Direcção de Faróis, comandante Santos Teles.

Segundo dados da Autoridade Marítima Nacional, no ano passado, estes equipamentos foram procurados por 51.291 visitantes, mais dez mil do que  em 2014, e mais 23 mil em relação a 2012. Os primeiros sete meses do ano em curso somam já mais de 33 mil visitas. Os faróis da Barra, em Ílhavo, de Leça, em Matosinhos, e o do Cabo de São Vicente, em Sagres, são os mais visitados.

“Os portugueses gostam muito de tudo o que está ligado ao mar e os faróis têm aquela imagem mística do faroleiro, do isolamento”, considera o comandante Santos Teles. Os 53 sentinelas do mar, que ocupam a costa portuguesa, dão trabalho a 110 faroleiros, também eles companheiros de pescadores e de marinheiros. Nas visitas são eles que assumem o papel de guias e que, além de mostrarem o seu local de trabalho, deixam os visitantes entrar num espaço que é também a sua casa. E onde acabam por explicar o funcionamento do farol, mas também por contar histórias que recuam aos primórdios deste tipo de estruturas, quando a sinalização era feita com grandes fogueiras que orientavam os marinheiros. 

Apesar de as embarcações estarem cada vez mais equipadas com sofisticados radares e sistemas de GPS que auxiliam na localização, a “sua utilização está mais vocacionada para água oceânicas e não propriamente na aproximação à costa ou na entrada dos portos”, considerou o comandante Santos Teles. Nesses casos, a utilização das ajudas visuais é “fulcral” dado o grande volume de embarcações de pesca e de recreio que navegam próximas da costa e que “não tem essa disponibilidade de meios tecnológicos. Mas os faróis já não são só a luz que tradicionalmente se conhece. Estão já equipados com sistemas electrónicos de posicionamento para ajudar os navegantes”, acrescentou. 

No horário de Inverno, as visitas vão manter-se às quartas-feiras, das 13h30 às 16h30. A Direcção de Faróis informa ainda que, fora deste período, grupos organizados podem fazer as visitas por marcação.

Texto editado por Abel Coentrão 

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