Estátua que simboliza o Porto regressa à Praça da Liberdade

Rui Rio assume decisão pessoal de deslocar a estátua do século XIX do terreiro da Sé, onde tinha sido colocada no âmbito de um projecto do arquitecto Fernando Távora

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A estátua regressou à Praça da Liberdade DR

A estátua O Porto, criada em 1818, está de regresso à Praça da Liberdade, por decisão do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio. Ainda à espera de uma limpeza mais profunda, que há-de ser feita no local, a imagem de um guerreiro, de lança e escudo e com um capacete encimado por um dragão, está agora junto ao edifício do Banco de Portugal. "É um símbolo do Porto, entendemos que deveria regressar o mais próximo possível do sítio onde sempre esteve", disse o autarca, na manhã desta sexta-feira.

A estátua, idealizada pelo escultor João de Sousa Alão e arrancada ao granito portuense pela mão do mestre pedreiro João da Silva, foi criada em 1818, com o objectivo de encimar o antigo edifício dos paços do concelho, que ficava na Praça Nova, hoje Praça da Liberdade. O edifício foi demolido, para que se abrisse a Avenida dos Aliados, e O Porto, recuperado da fachada, andou por vários locais da cidade, antes de ser colocado, no terreiro da Sé, junto à Casa dos 24, no âmbito do projecto de requalificação da autoria do arquitecto Fernando Távora.

Esta sexta-feira, Rui Rio assumiu que nunca chegou a falar com o arquitecto, falecido em 2005, sobre a localização da estátua, mas que decidira há muito fazê-la regressar à Praça da Liberdade. "Desde quase o primeiro dia em que estou na câmara que me fazia aflição a estátua estar no sítio onde estava e não nas proximidades da antiga Praça Nova", disse o autarca. "A estátua estava colocada junto a um dos vidros da torre próxima da Sé. Pessoalmente, entendo que não estava lá bem. Não tenho de concordar com tudo o que os arquitectos fazem", acrescentou.

Agora, no último ano do seu mandato autárquico, Rio cumpriu a sua vontade. O Porto e o pedestal em que estava instalado foram retirados da sua localização junto à Sé e transportados, esta semana, para o local actual, com vista privilegiada para a Avenida dos Aliados. Com este "acto simbólico" o autarca acredita estar a ir ao encontro da vontade dos portuenses. "Ouvi muitas pessoas desagradadas por a estátua ser uma referência do Porto e estar até de costas para a cidade, no local onde estava", disse.
 

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