Espinho tem um festival que se encaixa nos ritmos da cidade e não cobra bilhete

Performances artísticas tomam conta de ruas, praças, lojas e mercado municipal de sexta a domingo.

Foto
O maestro Tim Steiner vai dirigir a Real Orquestra da Grande Malha Ortogonal de Espinho Paulo Pimenta

O nome reúne o horário e o território geográfico. Chama-se Oito20e4, acontece entre as ruas 8 e 24, começa às oito da manhã e termina às 24 horas. O baptismo explica uma parte do conceito, o resto está por conta da arte. Nestes três dias, de sexta a domingo, ruas, praças, mercado municipal e alguns estabelecimentos comerciais de Espinho são palcos provisórios de diversas performances e instalações artísticas, algumas construídas com a comunidade local que é convidada a participar nos alicerces da segunda edição do festival Oito20e4.

A Real Orquestra da Grande Malha Ortogonal de Espinho, sob a batuta do maestro Tim Steiner, volta à cidade para ensaios e um concerto com alunos da academia de música e espinhenses que podem ou não saber ler pautas musicais. O resultado do trabalho é apresentado sábado a partir das 22h00, num concerto que começa na Rua 19 e termina na praça da câmara. Na música, há várias opções. A banda coimbrã A Jigsaw actua sexta-feira no mercado municipal às 20h00 e o grupo Octa Push instala-se na Piscina Solar Atlântico à meia-noite. No sábado, a música começa cedo com Peixe que viaja pelo seu primeiro disco Apneia na casa de chá 20 Intensus a partir das nove da manhã. Uma hora depois, Grutera, o alter-ego de Guilherme Efe, guitarrista da Nazaré, está no Perle de Chocolat e o espanhol Victor Herrero toca na varanda da padaria Aipal ao meio-dia. Durante a tarde, o grupo Caxade ocupa a Rua 19 às três da tarde, Jibóia instala-se na cafetaria Conde Ferreira às 16h00. Às 17h30, a norte-americana Josephine Foster canta na Rua 19 e Sequin, ou a primeira aventura a solo de Ana Miró, está na piscina às 19h00. No domingo, chegam os Dealema para um concerto ao pôr-do-sol na piscina espinhense pelas 19h00.

O mercado municipal recebe a acção Fresquinhos – Frescos de Espinho com showcookings de diferentes chefs e duelos gastronómicos para famílias. O “combate” começa sexta-feira às 14h30. Os participantes têm 30 minutos para impressionar um júri com um prato principal confeccionado com os produtos disponíveis no mercado. No final, será escolhido o chef de família de Espinho. Às 19h00, entra em acção Emídio Concha de Almeida que conhece vários segredos culinários. No sábado, às 11h30, Lígia Santos, que tem uma escola de cozinha que é também um espaço gourmet em Famalicão, partilha ideias para almoços condizentes com a época balnear. À uma da tarde, Joana Alves, do blog Le Passe Vite, revela pratos vegetarianos que caem bem no estômago em tempo de praia. Esta sexta, a companhia Radar 360 traz o seu baile de candeeiros humanos à praça em frente à câmara pelas 23h30. Pedro Tochas também entra no programa no domingo com Nariz Preto no Parque João de Deus às 18h00. Durante o festival, a cooperativa Nascente, organizadora do Cinanima, fez questão de lembrar a tradição que o cinema tem na cidade com a exibição de filmes ao ar livre, na piscina, pelas 21h30 a fechar do pano do Oito20e4.

Há, portanto, muito para ver e tudo com entrada livre. Os roteiros já estão a ser distribuídos à população e a quem chega de fora. “As pessoas podem divagar pela cidade que convive com diversas formas de arte”, afirma Pinto Moreira, presidente da Câmara de Espinho. À segunda edição, a iniciativa está para ficar. “A primeira edição foi um sucesso brutal em termos de adesão, muito particularmente na interacção com a comunidade local”, lembra o autarca que acredita que o Oito20e4, que está numa fase de crescimento, reúne condições para ser “o grande cartaz cultural da cidade”. Neste festival, não há dinheiro a sair dos bolsos dos espectadores, nem dos cofres da câmara, uma vez que o evento é totalmente suportado pelos patrocinadores.

Sugerir correcção
Comentar