Escaravelhos pretos invadiram povoação de Joana Martins, em Vouzela

População preocupada com o que considera ser uma praga de escaravelhos pretos. Serviços veterinários da autarquia de Vouzela dizem que condições ambientais foram propícias ao aparecimento em maior quantidade dos insectos, mas afastam a ideia de perigo para a saúde pública.

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O deputado do PEV levou o caso do escaravelho preto à Assembleia da República Miguel Manso

Uma praga de escaravelhos pretos na pequena aldeia de Joana Martins, concelho de Vouzela, está a deixar a população preocupada e “irritada”. Os habitantes receiam que em causa esteja um problema de saúde pública e pedem que as entidades conheçam a origem e erradiquem a praga que não os deixa “comer nem dormir, principalmente à noite”.

De acordo com os testemunhos de alguns moradores, os insectos, que surgiram em maior quantidade há cerca de um mês com o aumento das temperaturas, tornaram-se “insuportáveis”. Há quem conte que até para dentro dos pratos da comida eles saltam. “Não podemos ter as janelas e as portas abertas, nem de noite nem de dia que eles invadem logo tudo”, desabafa uma das habitantes. Segundo a moradora, de dia parece que “andam mais adormecidos”, mas quando fica mais fresco é “vê-los a andar por tudo o que é sítio e não há desinfestação que valha”. “É insuportável viver nesta situação e não sabemos como lidar com ela”, lamentam os habitantes desta pequena aldeia com pouco mais de meia centena de habitações.

Este ano, os pequenos insectos apareceram em número bastante superior ao registado em anos anteriores. A população exige agora que seja dada uma resolução rápida e conhecida a origem da praga que, dizem, poderá ter a sua génese nas várias explorações avícolas que se localizam nas proximidades.

Mas para os serviços de veterinária da Câmara de Vouzela, o aparecimento em maior número do escaravelho preto pode estar relacionado com condições ambientais mais propícias por causa dos meses de Maio e Junho “bastante chuvoso” e Julho com temperaturas muito elevadas. “Não tenho conhecimento que se trate de uma praga, até porque não vi nada na via pública, e não julgo que represente um perigo para a saúde pública”, confirma João Caseiro, veterinário da Câmara de Vouzela. Para o responsável, o aparecimento em maior número dos insectos acontece como “há anos em que aparecem mais melgas, ou mais moscas ou mais formigas”. Como conselhos, o veterinário sugere à população que aspira ou varra os insectos e os coloque, já mortos, num saco bem fechado. “Podem também usar os insecticidas normais”, indica.

As queixas da “invasão” do escaravelho preto começaram a chegar à Junta de Freguesia de Ventosa há 15 dias. Agostinho Neves, secretário da Junta, afirma que estão “a ser evidenciados todos os esforços, mas para já está afastado um combate químico porque não é aconselhável”. O secretário disse ainda que lhe foi deixado como “garantia” não estar em causa um problema de saúde pública, pois é “um tipo de bichinho que nem alergias causa”. “É uma situação incomodativa, isso sim, e não é fácil lidar com ela, vamos continuar a procurar soluções para minimizar este incómodo”, anunciou.

Apesar dos vários contactos, não foi possível obter uma declaração por parte dos responsáveis de saúde locais.

O problema do elevado número de escaravelhos pretos já chegou também à Assembleia da República através do grupo parlamentar Os Verdes após uma visita do deputado José Luís Ferreira a Joana Martins. O parlamentar questionou os ministérios da Saúde e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural sobre a situação e o que podem fazer para “controlar a comunidade de insectos” que diariamente invade as habitações locais.

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