Em 2015, Lisboa celebra o voluntariado

A criação de um índice que permita atribuir um valor ao trabalho feito pelos voluntários é uma das propostas da Câmara de Lisboa para este ano.

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Fazer um mapeamento do voluntariado desenvolvido ao nível das empresas e criar um índice que permita quantificar o valor económico e social do trabalho feito por quem nada espera em troca são algumas das iniciativas que vão ser desenvolvidas na cidade em 2015, ano em que Lisboa é a Capital Europeia do Voluntariado.

“Participar faz diferença” é o mote da “celebração”, que se vai realizar ao longo de todo o ano e cuja apresentação pública teve lugar esta quinta-feira. Segundo o vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, “qualificar” o voluntariado, promover o seu “reconhecimento público” e “melhorar o quadro institucional” em que ele se desenvolve são os principais eixos da Lisboa Capital Europeia do Voluntariado.  

Além do município, integram a comissão organizadora desta iniciativa a Confederação Portuguesa de Voluntariado, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação EDP, o Grace (Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Algumas das acções a desenvolver já estão definidas e calendarizadas mas, como frisou o vereador João Afonso, grande parte da agenda está ainda em aberto, para acolher propostas que venham a ser feitas por diferentes parceiros, de áreas tão variadas como “desporto, solidariedade, protecção civil, cultura, educação e ambiente”.

“Contribuam com as vossas iniciativas. Precisamos de todos para fazer diferente”, apelou o autarca dos Cidadãos por Lisboa. Entre as acções já confirmadas, João Afonso apontou a realização de uma festa do voluntário, de uma conferência internacional sobre o tema e do “Lisboa voluntária”, um dia em que todos poderão dar o seu contributo.

Também prevista está a elaboração de um mapa com todas as empresas da cidade que promovem o voluntariado, com a indicação das áreas a que se dedicam, e a criação de um índice do valor económico e social do voluntariado. Como explicou João Afonso ao PÚBLICO, a ideia é que seja encontrada uma forma de contabilizar o “valor económico real” do trabalho feito pelos voluntários, seja em euros ou noutra unidade que se defina para o efeito.  

Para o autarca, a Lisboa Capital Europeia do Voluntariado é uma oportunidade para “valorizar, qualificar e reconhecer” o trabalho feito por aqueles que acreditam que "o mundo é uma casa comum que cada um ajuda a construir”, mas também “uma forma de chamar a atenção, de promover o voluntariado”.

Além de Lisboa, concorreram à Capital Europeia do Voluntariado, iniciativa instituída em 2013 pelo Centro Europeu de Voluntariado (CEV), as cidades de Basileia, na Suiça, e de Nápoles, em Itália. Em 2014, a distinção tinha sido entregue à cidade espanhola de Barcelona, que concorreu com Guimarães e Laval e Rennes, em França.

Na apresentação pública desta quinta-feira, o vice-presidente do CEV, o português João Teixeira, destacou a “enorme oportunidade de um salto qualitativo” que representa o facto de Lisboa ter sido escolhida e lembrou o importante papel que os municípios podem ter quando se fala em voluntariado.

Já a presidente do CEV, que não estava presente mas cuja mensagem foi transmitida por João Teixeira, afirmou que se Lisboa foi escolhida “significa que a cidade investiu no voluntariado”. Eva Hambach frisou ainda que 2015 deve ser para a cidade “um tempo de celebração e de promoção”, mas também “um tempo de continuar a trabalhar para assegurar um ambiente amigo do voluntariado, não só em Lisboa, mas em Portugal, servindo ao mesmo tempo como um exemplo para cidades de toda a Europa”.    

Ser Capital Europeia do Voluntariado, concluiu no mesmo sentido o vereador dos Direitos Sociais, “é uma honra mas também uma responsabilidade”. 

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