Dois dos feridos do incêndio na Silaca, em Gaia, estão em estado muito grave

Fogo destruiu fábrica de tintas e feriu seis pessoas, três delas bombeiros que combatiam o incêndio

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Fogo assustou população das casas em volta da fábrica afectada Nelson Garrido

Estão em estado grave, com prognóstico reservado, os dois feridos mais afectados pelo incêndio que ontem destruiu a fábrica da empresa de tintas Silaca, em Pedroso, Vila Nova de Gaia. Ao todo foram seis as pessoas feridas - três deles bombeiros que combatiam o fogo - mas os dois funcionários da fábrica transferidos para a unidade de queimados do Hospital da Prelada, no Porto, são os que inspiram cuidados.

Segundo o director do serviço de Cirurgia Plástica da Prelada, Manuel Maia, um dos feridos, um homem de 29 anos, de Rio Tinto, tem queimaduras em 40 por cento do corpo e estava ontem à noite ligado ao ventilador, por suspeita de que tenham sido afectadas as vias respiratórias. Mais reservado ainda é o prognóstico do outro paciente deste serviço, um homem de 45 anos, natural de Gaia, com queimaduras em 75 a 80 por cento do corpo, explicou o clínico ao PÚBLICO, às 20h00.

Estas são as duas vítimas mais graves da explosão, seguida de incêndio na fábrica de tintas da Silaca em Pedroso, que deflagrou ontem de manhã, pelas 9h45. Três trabalhadores ficaram feridos no momento das explosões e, um deles, ao fugir do incêndio que se lhes seguiu. Depois, durante o combate às chamas, três bombeiros de Gaia, Valadares e Coimbrões sofreram também ferimentos, dois deles ao serem atingidos por uma placa da estrutura da fábrica, que ficou praticamente destruída. Quer os bombeiros, quer o terceiro trabalhador, não necessitaram de grandes cuidados. Foram tratados no Hospital de Gaia.

Já passava das 15h00 quando as sete corporações que participaram no combate ao fogo o deram por contralado. Fonte dos Sapadores de Gaia, que comandaram as operações, explicaram que foi mantido um carro com cinco homens no local, para evitar algum reacendimento, tendo em conta o tipo de produtos existentes na empresa . Aliás, a grande preocupação dos operacionais foi evitar que o fogo alastrasse a uma área de armazém com produtos altamente inflamáveis, contou um trabalhador.

A fábrica está localizada numa área empresarial muito próxima de habitações, e que tem ainda, em redor, uma zona de eucaliptal. Ao início da tarde, o comandante operacional no local, Salvador Almeida explicou a demora das operações por serem “difíceis e arriscadas, dado o tipo de unidade industrial” em causa e a necessidade de evitar riscos que causassem mais feridos. Já em 2002 a Silaca esteve envolvida numa situação semelhante que, na altura, terá provocado a morte de um bombeiro dos Sapadores de Gaia.

Ontem, o alerta chegou aos Sapadores de Gaia dando conta de “duas explosões” seguidas de fortes labaredas na empresa que emprega 49 trabalhadores. O fogo terá começado na área de fabrico, cujas portas de segurança terão sido insuficientes para impedir o alastrar do incêndio a outras partes da unidade.

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