Director do Teatro Plástico diz que não é feliz com política cultural do Porto

Francisco Alves foi muito crítico da forma como decorreu o concurso para a escolha do director do Rivoli

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Francisco Alves durante a ocupação do Rivoli em 2006 Manuel Roberto

O director do Teatro Plástico, Francisco Alves, criticou a política cultural da Câmara do Porto e voltou a pôr em causa o concurso que escolheu Tiago Guedes para a direcção do Teatro Municipal do Porto – Rivoli e Campo Alegre, apelidando-o de “fraude”. Francisco Alves inscreveu-se na reunião pública do executivo e perguntou ao vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva: “Onde está a nossa felicidade?”. Não saiu satisfeito com a resposta.

Na hora de ser ouvido, Francisco Alves começou por fazer uma pergunta a Cunha e Silva: “Porque é que o Teatro Plástico não foi programado na reabertura do Teatro Rivoli?”. O director teatral afirmou que reunira com o vereador da Cultura e que estava “tudo bem”, mas que a situação mudou depois de ter “contestado a fraude da contratação do director do Rivoli e de ter promovido o debate sobre o teatro municipal”.

Alves, que foi uma das vozes mais críticas ao concurso público promovido pela câmara, acusou depois o vereador da Cultura de ter uma política de “muito show-off”, de se comportar “como uma prima donna” e de ter ”um programa de propaganda como não se via desde o tempo de outra senhora”. “Tem um programa de propaganda que promete pateticamente a Felicidade. Quero perguntar ao vereador: onde está a nossa felicidade?”.

O presidente da câmara, Rui Moreira, foi o primeiro a responder, lembrando a Francisco Alves que a política cultural em vigor era “a que a cidade do Porto sufragou”. “Pelo facto de não conseguirmos atingir a sua felicidade não quer dizer que não atinjamos a dos outros”, disse o autarca. Moreira insurgiu-se depois pelo facto de Francisco Alves se referir ao concurso como uma fraude e repetiu, como já fez várias vezes, que a câmara poderia ter optado por nomear alguém, sem recurso a qualquer concurso. “Era o que deveria ter feito”, interrompeu-o o director do Teatro Plástico.

Já Paulo Cunha e Silva disse que não iria responder às “insinuações e insultos que são padrão deste munícipe”, afirmando, em seguida: “Parece que o problema dele é que não foi programado para o Rivoli”. O vereador da Cultura aconselhou-o, então, a apresentar nova proposta “para o ano”. A resposta fez Francisco Alves abandonar a sala, criticando: “É uma resposta vergonhosa do ponto de vista democrático.”

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