Dezenas de monumentos do Porto abertos à cultura no Dia dos Centros Históricos

Sábado há mais motivos do que os habituais para se passar o dia no Porto. De manhã à noite.

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Uma das actividades agendadas é um passeio em torno dos lugares de Camilo Castelo Branco Fernando Veludo/NFactos

Há um convite para visitar a antiga botica (farmácia) do hospital de Santo António. Ou passear pelas ruas do Porto velho e visitar edifícios que, fruto da época, foram transformados em hotéis. Em resposta ao desafio da Câmara do Porto, o dia dos Centros Históricos vai ser assinalado por dezenas de entidades desta zona da cidade, que abrem este sábado as portas a 60 iniciativas culturais.

Atenção. O programa é extenso e pode originar cansaço a quem se atrever a tentar seguir todas as sugestões. O melhor é escolher com calma no site do município, inscrever-se, no caso das actividades que obriguem a registo prévio e tenham limites de participantes, e degustar com calma a cidade, que se oferece de maneiras muito diversas entre as 9h – boa hora para passeios – e a meia-noite, altura em que, no novíssimo Largo da Estação, em São Bento, à Rua da Madeira, Maria Gambina estará a dar música, num Dj set, depois do concerto de Armando Teixeira, em modo Balla.

No campo da música, a oferta tenta chegar a todo o tipo de ouvidos. Pelo meio-dia e às 16h, é possível ouvir os órgão de tubos da Igreja da Misericórdia, na Rua das Flores. Na Praça da Ribeira, actua, pelas 16h, a banda de música do Liceo La Paz, da Corunha, enquanto à mesma hora, em frente à instalação Metamorfose, a sul da estação de São Bento, acontece um Dj Set, com repetição marcada para as 20 horas. Há ainda espectáculos agendados para a Fundação da Juventude (17h, Duo Parapente 700), milongas, um ar da Argentina, de novo da Praça da Ribeira, depois da actuação dos galegos, e um recital de guitarra clássica na Igreja de São José das Taipas, no Campo dos Mártires da Pátria, às 17h30.

Destinadas a adultos e crianças, várias instituições organizaram oficinas para este dia. Entre as 10h e as 17h, No Banco de Materiais da Divisão Municipal de Museus e Património Cultural, à Praça da Ribeira, pode-se aprender técnicas de conservação de azulejos, material icónico de muitas fachadas do Porto. Os mais novos – entre os seis e os 12 anos – podem participar no workshop de expressão dramática As Transformações do Tempo , na Fundação da Juventude, entre as dez e as 13 horas. No final, haverá a apresentação de um pequeno espectáculo para os pais.

No Museu do Centro Hospitalar do Porto, no Santo António, os miúdos são desafiados a inventar publicidade para os antigos remédios ali expostos, numa actividade que decorrerá entre as 15h e as 16 horas. Noutro Museu, o do Vinho do Porto, ensina-se a construir barcos rabelos com material reciclado, entre as 10h30 e o meio-dia. E, em três horários, 10h -11h, 11h30-12h30 e 15h-16h, os técnicos de restauro e conservação do Arquivo Distrital, na rua das Taipas, ensinam os interessados a conservar as memórias – documentos, fotografias – da família.

Enquanto uns aprendem, outros podem usufruir, na rua, da performance “O Artista está presente”, uma iniciativa deambulatória que percorrerá a Rua das Flores, o Largo de de S. Domingos e os Clérigos entre as 15h e as 18 horas. Nesse momento, e como sábado é dia de Um Objecto e os seus Discursos, tem início uma conversa em torno de uma taça de porcelana chinesa – símbolo da primeira globalização – na Casa Museu Guerra Junqueiro. Esta sessão tem entrada livre.

O programa deste dia inclui a possibilidade de visita, também gratuita, a diversas exposições, sobre Arquitectura do Douro Internacional, na Galeria da Escola Superior Artística do Porto, no Largo de S. Domingos, de finalistas desta escola, no Palácio de Belmonte, na rua de Belmonte e dos vencedores do Artes e Talentos de 2015, na Fundação da Juventude. Na Rua de Monchique, o Museu do Vinho do Porto inaugura às 17h30 a mostra "Portocartoon - O Vinho do Porto no Humor Mundial".

Entre as 60 iniciativas do programa, incluem-se teatro, passeios a pé, de barco ou noutros transportes menos convencionais, mercados de vários tipos de produtos, em vários locais, e visitas guiadas a vários edifícios e ruas da cidade histórica. Com destaque, neste caso, para um circuito dedicado a Camilo Castelo Branco, que parte pelas 15h do Centro Português de Fotografia, antiga cadeia onde o escritor esteve preso, e termina no cemitério da Lapa, onde foi enterrado há 125 anos.

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