A Câmara de Viseu aprova na quinta-feira o financiamento de 400 mil euros para dezasseis projectos culturais que se vão desenvolver durante este ano na sequência de um concurso público municipal que recebeu 90 candidaturas. Intitulado "Viseu Terceiro", este foi o primeiro concurso municipal de apoio à cultura e à criatividade do concelho.

A autarquia avançou esta terça-feira que nove dos dezasseis projectos vencedores "constituem realizações inéditas em Viseu", sendo a música a área artística com o maior número de iniciativas (cinco). No entanto, o projeto que vai obter o maior financiamento é já conhecido dos viseenses. Os "Jardins Efémeros", organizados pela associação Pausa Possível, vão receber 125 mil euros, o máximo de apoio previsto no regulamento do concurso. Aos "Jardins Efémeros", seguem-se o "8.º Festival de Música da Primavera" e o "Concurso Internacional de Piano de Viseu", do Conservatório Regional de Música, com um financiamento de 65.490 euros.

A lista dos projectos aprovados inclui também a comemoração do 20.º aniversário da Companhia Paulo Ribeiro, que prevê a criação e produção do espectáculo de dança A Festa. De destacar ainda o projecto Viseu Rural 2.0, da Binaural- Associação Cultural de Nodar (S. Pedro do Sul), que "propõe a inventariação patrimonial de criação artística sonora, de media e de difusão cultural em todas as freguesias rurais do concelho de Viseu". Estes projetos vão obter um financiamento municipal de 28.850 e 30.250 euros, respetivamente. Foi também escolhido um projeto do Centro de Estudos Aquilino Ribeiro que permitirá instituir um prémio literário com o nome do escritor, que receberá um financiamento de 13.322 euros.

O financiamento solicitado nas 90 candidaturas mais do que sextuplicou o orçamento disponibilizado para este ano."A procura superou as expectativas e é um sinal da forte vitalidade do sector cultural de Viseu e da atractividade do concelho para eventos e produções artísticas", considerou o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques. No seu entender, "estes números provam também que a opção por um concurso público fazia sentido porque assegura igualdade de acesso a todos os agentes culturais e uma renovação de ideias e propostas".

"Esta experiência confirma também a necessidade de reforço e diversificação de incentivos à cultura de modo a viabilizar o crescimento do sector. Espero que os fundos comunitários do Portugal 2020 venham a dar também uma resposta a esta importante oportunidade", acrescentou.

O júri do concurso "Viseu Terceiro" foi composto por Odete Paiva, Dalila Rodrigues, Aires do Couto, Agostinho Ribeiro e Norberto Santos.