A Guardia Civil espanhola deteve nesta quarta-feira um dos suspeitos do sequestro do médico português António Veloso, ocorrido na semana passada em Arcos de Valdevez. O português Álvaro Santos Barbosa, de 32 anos, foi interceptado, às 7h49 (8h49 em Espanha), em Vigo, na Galiza.

A detenção foi confirmada ao PÚBLICO por fonte da Polícia Judiciária (PJ) portuguesa, apesar de as autoridades espanholas não terem ainda informação oficial sobre a acção policial. A Directoria do Norte da PJ, no Porto, está encarregue da investigação dos contornos do sequestro em Portugal.

“Não temos qualquer informação sobre a detenção de algum dos sequestradores. Para já, nada sabemos”, disse também ao PÚBLICO um elemento do Gabinete de Comunicação da Guardia Civil.

Álvaro Barbosa, envolvido no sequestro do clínico de 62 anos, foi detectado pela Guardia Civil na rua Jacinto Benavente, junto aos terminais do porto de Vigo, enquanto conduzia um automóvel de matrícula portuguesa e que será de uma familiar, segundo o jornal Faro de Vigo.

O detido, natural de Paredes de Coura e referenciado pelas autoridades portuguesas por vários furtos, era procurado desde sexta-feira, juntamente com o mais perigoso dos dois sequestradores, um galego de 45 anos, Saturnino Marcos Cerezo “Canceliñas”. As investigações decorriam em Portugal e em Espanha.

O português já teria sido visto no domingo em Paredes de Coura, juntamente com o cúmplice “Canceliñas”, o que motivou, na altura, a realização de buscas da GNR no local. “Canceliñas”, conhecido por fugas aparatosas e eficazes de várias cadeias e considerado muito perigoso pelas autoridades espanholas, continua a monte.

O sequestro aconteceu na quinta-feira à noite, junto a um supermercado de Arcos de Valdevez. O médico António Veloso, de 62 anos, foi raptado e apenas foi libertado 23 horas depois, em Ponteareas, Pontevedra (Espanha). Foram os donos de uma casa nesta localidade espanhola que, pelas 20h de sexta-feira, alertaram a Guardia Civil. António Veloso apareceu de boa saúde e já prestou declarações na Guardia Civil.

O médico foi vítima de um 'carjacking', com ameaça de armas de fogo, obrigado a fazer levantamentos bancários de "milhares de euros", conforme relatou pouco depois de libertado.