Desta vez os estudantes de Coimbra devolveram os carrinhos de compras

Campanha para evitar prática de atirar os carrinhos ao Mondego no final do cortejo da Latada recupera centenas de unidades.

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Alguns carrinhos de compras que ainda aguardavam para serem transportados de volta aos hipermercados DR

A operação deu resultado: este domingo, no final do cortejo da Latada, que encerra a semana de recepção dos caloiros da Universidade de Coimbra, muitas centenas de carrinhos de compras utilizados na marcha foram recolhidos antes que pudessem ser atirados ao rio Mondego.

A prática de furtar os carrinhos aos hipermercados tornou-se uma tradição naquela festa dos alunos. São usados para levar bebidas, mantimentos e até os próprios caloiros. Entre muitos estudantes, também se tornou hábito lançar os carrinhos ao rio no final do cortejo.

No ano passado, algumas semanas depois da festa, um grupo de amigos indignados com a situação resgatou 64 carrinhos das águas do rio e mais 150 das margens.

Este ano, uma campanha para evitar que o mesmo voltasse a acontecer acabou por dar frutos. O mesmo grupo de cidadãos, mais os hipermercados, a Câmara Municipal de Coimbra e a Associação Académica de Coimbra, uniram-se para convencer os estudantes a fazerem a festa sem conspurcar o rio.

Foram distribuídos folhetos a chamar a atenção dos alunos e criados “parques de estacionamento” onde os carrinhos poderiam ser deixados. No final, conseguiu-se o objectivo utilizando-se um só local, o largo da Portagem. “Fizemos um cordão com alguns agentes da PSP”, explica Fernando Jorge Paiva, o dinamizador da campanha “Não lixes o Mondego”.

Segundo Fernando Paiva, terão sido recolhidos entre 800 a 1000 carrinhos de compras. “Vinham cheios de lixo, plásticos, garrafas”, disse ao PÚBLICO.

Com a ajuda de elementos da segurança das grandes superfícies, os carrinhos foram ali reunidos, para depois serem devolvidos. “Só para um dos hipermercados é preciso vir um camião TIR”, afirmou Paiva.

Até às 22h30 de domingo, não se sabia ainda se o Mondego tinha escapado integralmente à festa dos estudantes. Mas o pior foi evitado. “Se não tivéssemos feito isso, metade destes carros teria ido parar ao rio”, referiu Fernando Paiva. “Conseguimos”.

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