Depois dos semáforos, Lisboa quer tornar mais eficiente a iluminação pública

As lâmpadas incandescentes dos cerca de 8500 semáforos da cidade foram substituídas por ópticas LED.

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A Câmara de Lisboa quer tornar a iluminação pública mais eficiente, com o apoio de fundos comunitários José Fernandes

Chegou ao fim a substituição das mais de 20 mil lâmpadas incandescentes dos semáforos de Lisboa por ópticas LED, que vai permitir à câmara poupar cerca de 850 mil euros por ano na factura da electricidade. “O passo seguinte”, diz o vereador da Energia, será a iluminação pública.

Esta segunda-feira de manhã, enquanto decorria em Paris a sessão de abertura da Cimeira do Clima, a Câmara de Lisboa assinalava o final da operação de substituição das lâmpadas dos seus semáforos. Um processo que se iniciou em Agosto e que abrangeu todos os dispositivos da cidade (tanto os que regulam o tráfego automóvel como os que regulam a circulação pedonal), num número superior a 8500.

A conclusão dos trabalhos foi assinalada no Campo Pequeno, local onde o vereador da Energia sublinhou que este “foi um bom negócio para todas as partes”. Para a câmara, que vai reduzir a sua factura anual de perto de 1,1 milhões de euros, e para o agrupamento formado pelas empresas GalpPower e VivaPower, que concretizou o programa de introdução de medidas de eficiência energética no sistema semafórico do município.

Como notou o vereador José Sá Fernandes, foi esse agrupamento, e não a câmara, que assumiu o investimento de cerca de um milhão de euros agora concluído. As duas empresas, explicou, serão ressarcidas desse valor ao longo de dois anos, o que significa que nesse período o corte na factura energética da autarquia será de 20%, após o que subirá para “cerca de 90%”.

“É um projecto importante para a cidade, seguramente. Os números estão aí: 850 mil euros de poupança por ano é muito dinheiro”, afirmou por sua vez o representante da Galp Energia, José Costa Pereira. O responsável destacou ainda que embora a sua empresa já tenha promovido a substituição de lâmpadas incandescentes de semáforos por ópticas LED “noutras cidades” do país esta foi a primeira vez em que foi adoptado o modelo de negócio já referido.  

Lembrando que na semana passada a câmara iniciou um processo de plantação de mais de 28 mil árvores em Lisboa, a concluir em menos de um ano, Sá Fernandes considerou que foram dados “dois passos muito significativos” na batalha contra as alterações climáticas. O “passo seguinte”, acrescentou, será na iluminação pública.

O autarca reconhece que esse é um dossier “mais complexo” do que o dos semáforos, uma vez que entre os mais de 60 mil candeeiros dispersos pelas ruas da capital “há uma diversidade enorme de alturas, necessidades e intensidade de luz”.

“O investimento para a cidade inteira é bastante grande”, reconheceu sem avançar um número. Por isso, aquilo que Sá Fernandes propõe é que a introdução de medidas de eficiência energética na iluminação pública comece em Telheiras e em “grandes avenidas”, como a Segunda Circular e a Avenida Marechal Gomes da Costa.

A expectativa do vereador da Estrutura Verde e da Energia é que seja possível obter financiamento comunitário para este projecto. “Espero que o novo Governo, ao contrário do anterior, perceba que o investimento nas cidades é prioritário, em termos de poupança de energia”, afirmou.

Em relação à referida plantação de árvores, são 28167 o número de exemplares que a câmara quer plantar até Março: uma por cada bebé nascido no concelho entre 2010 e 2014. A grande maioria das árvores, perto de 26 mil, ficará em espaços verdes, sendo as restantes plantadas em caldeiras. 

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