Depois de uma noite de vigília preparam-se novas iniciativas no Conservatório

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Miguel Manso

Os alunos da Escola de Música do Conservatório Nacional preparam-se para retomar nesta quarta-feira as aulas, depois de uma noite de vigília em que o piano "não parou até alta altas horas" da madrugada.

Cerca de cem pessoas passaram a noite nas instalações do Conservatório Nacional, respondendo ao apelo da comissão criada na escola de música para exigir obras no edifício, em avançado estado de degradação. "Correu muito bem. O piano não parou toda a noite e os alunos estão agora a preparar o pequeno-almoço", relatou a presidente da Associação de Pais, Elsa Maurício Childs.

Aos participantes na vigília e a quem queira associar-se à causa do Conservatório será servido um pequeno-almoço pelo valor de dois euros, que reverterá para a Associação dos Amigos da Escola de Música do Conservatório Nacional, da qual saiu a Orquestra Geração, hoje autónoma.

A noite serviu para uma reunião com todos os participantes na iniciativa em que se discutiram os passos futuros para novas iniciativas. Antigos alunos, cidadãos que quiseram associar-se à vigília, pais, professores e alunos deram os seus contributos.

Na próxima quinta-feira, haverá aulas públicas no Largo Camões, em pleno centro de Lisboa, para demonstrar as dificuldades com que a comunidade escolar está a defrontar-se com a falta de salas.

Na sequência de uma vistoria da Câmara Municipal de Lisboa, foram encerradas dez salas por motivos de segurança, outras apresentam também riscos, devido à deterioração dos tectos. "Não temos salas, vamos para a rua", disse Elsa Childs, que tem marcado presença nas iniciativas. A comissão, de que faz parte a associação de pais, insiste em ser recebida pelo ministro da Educação, Nuno Crato.

Uma primeira promessa de desbloqueamento de verbas para as obras mais urgentes, tectos e pátio, foi já feita, mas os serviços do Ministério da Educação incumbiram a direcção da escola de pedir os orçamentos para serem analisados. Só depois se saberá se as obras podem avançar imediatamente ou se é necessário lançar um concurso público, em função do montante. Foram pedidos três orçamentos, até ao final da semana, a diferentes empresas.

A comissão organizadora das iniciativas em defesa do Conservatório está também a criar textos para serem lançadas petições públicas, segundo a mesma fonte.

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