A política é o contrato a prazo mais precário que existe, afirma António Costa, que concorre em Setembro a mais um mandato na presidência da Câmara de Lisboa. Já foi deputado, ministro de Guterres e de Sócrates, mas o que o ocupa é a vida da capital. Uma cidade que gostaria de ver filmada pelo realizador norte-americano Woody Allen.

"Infelizmente não estou em condições de dizer o que o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro disse: que pagava o que fosse necessário para que Woody Allen filmasse o Rio. Mas tenho esperança que um dia seja possível encontrar as nossas capacidades com as necessidades dele", afirma António Costa, numa entrevista publicada nesta sexta-feira na revista do semanário Sol.

"Tem havido contactos, quer por parte do município quer por parte do Estado, e acho que um dia serão um sucesso", prossegue o autarca, que "não ficaria satisfeito" se não ganhasse as eleições com uma maioria.

Costa frisa que, se vencer, apostará no próximo mandato em melhorar a comunicação da câmara. A propósito de algumas obras deste mandato, o socialista afirma que se fala muito do que se fez no Marquês, por exemplo, mas salienta que se tem dado "pouca atenção às intervenções que têm sido feitas na coroa norte da cidade, que é onde hoje vive a maioria da população".

"São intervenções muito importantes porque a cidade não é só o Terreiro do Paço. A câmara comunica mal e naturalmente a comunicação social centra-se mais nos problemas do que nos não-problemas. No próximo mandato, que é um mandato em que não posso estar preocupado com a minha reeleição, esforçar-e-ei para que a câmara comunique melhor."