Coruche interdita circulação nocturna em cinco caminhos

O projecto Campo Seguro, criado em 2011, começou a ser aplicado no distrito de Santarém e visa reduzir os furtos nos campos.

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O cobre é um dos metais mais procurados pelos ladrões

O município de Coruche aderiu nesta segunda-feira ao projecto “Campo Seguro”, interditando a circulação a veículos não autorizados, à noite, em cinco caminhos do concelho, medida que procura diminuir os furtos em zonas rurais, nomeadamente de metais e gasóleo.

A interdição da circulação de veículos que não estejam devidamente identificados com um dístico acontecerá entre as 19h00 e as 07h00, a exemplo do que já acontece noutros concelhos do distrito de Santarém, como Golegã, Almeirim e Constância, onde, segundo a GNR, os furtos no campo diminuíram significativamente desde que a medida começou a ser aplicada.

Francisco Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Coruche, disse à agência Lusa que, tendo em conta “os bons exemplos” da aplicação da medida nos outros concelhos e “a grande preocupação com os furtos” manifestada por associações e agricultores, o município decidiu avançar com o projecto.

Numa primeira fase, a interdição da circulação nocturna a veículos não identificados vai acontecer em cinco caminhos situados na zona de regadio (junto ao rio Sorraia), onde se têm registado mais furtos com vista à obtenção de metais não preciosos, como cobre, ou gasóleo, disse o autarca.

Numa segunda fase, “se se justificar”, a medida poderá estender-se à zona mais florestal do concelho, sobretudo nas campanhas da cortiça e da pinha, adiantou.

Referindo a dificuldade de fiscalizar um concelho com uma extensão tão significativa, 1.114 quilómetros quadrados, Francisco Oliveira afirmou que a medida permite libertar meios, além da vertente pedagógica, nomeadamente junto dos próprios agricultores.

O autarca frisou que, neste tipo de furtos, está em causa não apenas o valor material dos bens furtados mas o valor do prejuízo pelos danos causados, que podem pôr em causa a própria sustentabilidade das explorações.

O projecto, criado em 2011 por iniciativa do Ministério da Administração Interna, começou a ser aplicado no distrito de Santarém, prevendo medidas que visam a redução dos furtos nos campos, sobretudo de metais, o que levou um conjunto de empresas particularmente afectadas por este tipo de criminalidade, como a EDP, a PT, a REN, a EPAL, a associarem-se à iniciativa.

O responsável pelas Relações Públicas do Comando Territorial de Santarém da GNR disse hoje à agência Lusa que as acções realizadas no âmbito do projecto “Campo Seguro” permitiram “reduções significativas da criminalidade” nas áreas abrangidas.

Paulo Martins afirmou que a identificação das viaturas que podem circular pelos caminhos rurais durante a noite facilita em muito o trabalho de patrulhamento realizado pela Guarda Nacional Republicana, medida que aliada a outras, como a formação dos agricultores ou a colocação de alarmes, tem ajudado a reduzir a criminalidade.

O porta-voz adiantou que a adesão dos municípios ao projecto tem acontecido não por uma relação directa com os índices de criminalidade, mas pela vontade de serem parceiros.

No concelho de Coruche, o projecto envolve o município e as associações locais de Agricultores, de Produtores Florestais e de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia e ainda a Torriba, Organização de Produtores Hortofrutícolas e a Guarda Nacional Republicana.

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