Corações feitos à mão reforçam laços de vizinhança em São João da Madeira

Projecto Coração de Trapos envolve várias instituições para juntar quem vive porta com porta e não se conhece.

Não há regulamento que defina o tamanho que os corações devem ter, nem indicações expressas sobre os materiais a utilizar – pode ser tecido, papel, botões, o que se quiser. O que realmente interessa aqui é juntar vizinhos ao redor da mesma mesa para que pensem como poderá ser um coração desenhado e trabalhado a várias mãos. O pretexto são os corações, a missão é juntar quem respira o mesmo ar, partilha prédios, ruas, pedras da calçada.

Coração de Trapos é um projecto que surge pela mão do Banco de Recursos da Rede Social de São João da Madeira com o propósito de reforçar laços de quem mora porta com porta ou, quem sabe, fazer a primeira apresentação. As instituições locais entram em acção para reunir um grupo de vizinhos da sua área de intervenção com o propósito de elaborar um coração. Os corações que entretanto nascerem serão mostrados a 11 de Outubro, Dia da Cidade, durante as comemorações solenes do feriado municipal.

“O objectivo do projecto é estimular as redes de vizinhança, de saber quem vive ao nosso lado, se essa pessoa estará a passar dificuldades, a precisar de ajuda”, adianta Catarina Portugal, assistente social da câmara são-joanense. A escolha do coração não surge por acaso. Neste caso, o coração simboliza as relações de quem vive lado a lado, muitas vezes, sem se conhecer, até porque neste projecto lembra-se que é preciso estar atento a quem mora do outro lado da porta, do outro lado da rua. As reuniões de vizinhos pode acontecer em qualquer lugar. “Ao ar livre, numa reunião de condóminos, nas instituições. Gostaríamos de abranger toda a comunidade”, refere a responsável. Nesse sentido, as associações de pais também foram contactadas.

Este ano, na estreia do projecto, as instituições locais de intervenção social entram no Coração de Trapos até pelo trabalho de proximidade que desenvolvem no dia-a-dia. Lançada a semente na terra, pretende-se que no próximo ano a iniciativa parta da própria comunidade, caminhe pelos próprios pés. A ACAIS – Associação do Centro de Apoio aos Idosos São-joanenses, a Associação de Jovens Ecos Urbanos, a Divisão de Acção Social da câmara, o Centro Comunitário Porta Aberta da Santa Casa da Misericórdia, a Delegação da Cruz Vermelha, o Serviço Loca da Segurança Social, a Habitar S. João e a Conferência S. Vicente Paulo são as entidades promotoras do projecto que foi oficialmente lançado no Dia Europeu dos Vizinhos, a 26 de Maio.

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