Controlo e prevenção do escaravelho-vermelho com resultados "muito positivos" no Porto

Apenas uma palmeira teve de ser abatida no Passeio Alegre.

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Praga entrou em Portugal em 2007, pelo Algarve, e desde então dispersou-se pelo país inteiro, à excepção dos Açores Miguel Manso

O plano que a Câmara do Porto activou há quase dois anos contra o escaravelho-vermelho para salvaguardar as centenárias palmeiras do Passeio Alegre está a ter "resultados muito positivos", tendo apenas sido abatido um exemplar devido à praga.

Esta espécie de escaravelho (Rhynchophorus ferrugineus) que ataca as palmeiras foi detectada pela primeira vez em Portugal em 2007, em Albufeira, no Algarve. Devido à sua rápida dispersão, o insecto chegou já ao Porto, o que levou a autarquia a implementar há cerca de um ano um plano de controlo e prevenção da praga.

Em resposta escrita à Lusa, a autarquia afirmou que, desde Janeiro, foram abatidas três palmeiras na zona do Passeio Alegre, das quais apenas uma devido ao escaravelho. "Dos três [exemplares] apenas um foi abatido por este motivo e pelo facto de aquele espécime ter ficado demasiado fragilizado, depois de ter sido eliminado o escaravelho, tendo-se optado pelo seu abate por razões de protecção aos exemplares vizinhos", esclarece a câmara.

A autarquia adianta ainda que "os outros dois exemplares foram abatidos por questões de segurança, que nada têm a ver com o escaravelho: um por morte natural e outro devido a danos irreversíveis causados por roedores".

O plano de controlo e prevenção deste escaravelho foi implementado para salvaguardar o conjunto de mais de uma centena de palmeiras do Passeio Alegre alinhadas e paralelas à foz do Douro, 63 das quais centenárias e classificadas como Árvore de Interesse Público.

Em Janeiro, em declarações à Lusa, Isabel Lufinha, engenheira do pelouro do Ambiente, referiu que apenas duas das 102 palmeiras daquela zona da Foz do Douro estavam infestadas.

O plano da autarquia consiste em injectar mensalmente na coroa de cada uma das palmeiras existentes na avenida D. Carlos I e no jardim do Passeio Alegre um produto que não é agressivo. "Atacar o escaravelho e reduzir os estragos que, em situações normais e sem acréscimo de protecção, eventualmente poderia causar sobre as palmeiras" é a função deste produto.

Aos primeiros sinais ou sintomas da presença do escaravelho-vermelho nas palmeiras deve-se rapidamente agir. Se não for possível tratar as palmeiras, estas devem ser eliminadas, "porque são focos de propagação", lembra Isabel Lufinha. "Esta nossa preocupação de protecção do nosso património também é, num segundo momento, uma preocupação para proteger aquilo que não é nosso", disse.

Aquando da implementação deste plano, a autarquia fez uma ponderação do custo/benefício, concluindo que o que perderia se deixasse que a praga ficasse descontrolada "seria muito maior do que aquilo que o município está a tentar investir para o controlo e a prevenção".

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