Construção do Ikea em Loulé arrancou nesta segunda-feira

Apesar do início das obras,seis associações do Algarve continuam a tentar travar o projecto da cadeia sueca.

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O grupo requisitou documentos dos arquivos da Stasi Paulo Pimenta

Arrancaram nesta segunda-feira as obras de construção da nova unidade do grupo Ikea em Loulé, que inclui loja, centro comercial e outlet. O projecto da cadeia sueca prevê a criação de 3000 postos de trabalho directos e indirectos e o investimento de 200 milhões de euros.

O grupo pretende inaugurar a loja de Loulé em 2016 e o restante complexo no ano seguinte. Em comunicado, o Ikea adianta que o projecto será apresentado à imprensa a 2 de Setembro, pelas 16h30, no auditório principal da Assembleia Municipal de Loulé.

O arranque das obras acontece depois de o grupo ter recebido em Maio as licenças de construção, na sequência de um longo processo polémico, que parece ainda longe do fim.

No início de Julho, seis associações empresariais anunciaram que iriam avançar com uma terceira providência cautelar para travar a construção do complexo comercial. A Associação Nacional de Jovens Empresários do Algarve, a Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve, a Associação de Empresários de Quarteira e Vilamoura, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve e a Confederação de Empresários do Algarve contestam a dimensão do projecto (que ocupa 40 hectares) e o estudo de impacte ambiental apresentado pelos promotores, considerando que a construção será prejudicial para a região.

As mesmas entidades já tinham apresentado uma providência cautelar em 2013 para tentar impedir a localização da loja Ikea de Loulé, junto ao nó Loulé-Faro da A22, numa zona próxima do Estádio do Algarve.

Para permitir a instalação naquele local, a Assembleia Municipal de Loulé aprovou em 2013 o Plano de Urbanização Caliços-Esteval, com a reclassificação daqueles terrenos, que antes integravam a Reserva Agrícola Nacional, passando a permitir o uso urbano.

O projecto foi aprovado em Loulé mas em Faro a câmara chumbou, em Janeiro, o pedido de licenciamento para a construção de um acesso a partir da Via do Infante (a única parte do empreendimento que fica no concelho de Faro). O vereador do PS, Paulo Neves, autor da proposta de rejeição, argumentou que esta obra "afecta ou poderá vir a afectar o património natural e paisagístico do concelho”, sublinhando que a dimensão do nvo empreendimento Ikea será três vezes e meia superior à do Fórum Algarve, localizado à saída de Faro.

O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, PSD, reconheceu na altura que “haverá impacto — o mesmo já se verificou com a construção do Fórum Algarve [inaugurado em 2001], mas não há maneira de impedir a livre concorrência”.

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