Concorrentes contestam concurso para revitalização do Mercado 2 de Maio

Em causa alterações no programa de base, nomeadamente a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.

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Proposta de João Pedro Coelho Loureiro

Arquitectos que participaram no concurso de ideias para a revitalização do Mercado 2 de Maio, em Viseu, pedem a reapreciação ou até a anulação do mesmo. Em causa está o facto de o programa do concurso ter alterações em relação ao que inicialmente tinha sido pedido.

A Câmara de Viseu lançou o desafio para uma intervenção na praça, localizada no centro histórico da cidade, que tem a assinatura do arquitecto Siza Vieira.

Ao concurso, que teve assessoria técnica da Secção do Norte da Ordem dos Arquitectos, concorreram 33 projectos, dos quais 17 foram admitidos pelo júri que escolheu os três vencedores. O primeiro lugar foi atribuído a um arquitecto de Viseu, os segundo e terceiro lugares a ateliers de Braga e Lisboa.

O programa tinha como objectivos os de projectar uma cobertura que permita a realização de actividades ao longo de todo o ano, assim como dotá-lo de uma componente multifuncional (som e multimédia) e um parque de estacionamento subterrâneo.

Nos últimos 30 dias, os 17 projectos admitidos estiveram em exposição, tendo-se realizado debates públicos com a presença dos três concorrentes vencedores. Durante os debates, a autarquia acabou por admitir a possibilidade de não ser construído o parque de estacionamento que, no concurso, aparecia como elemento obrigatório para admissão do projecto.

“Se agora vier a ser alterado ou alteradas as propostas e programa na sua base de condicionantes ou abertas para outro modo de ver, as propostas excluídas merecem a equidade e a justiça que caracteriza o nosso Estado de direito”, sustentou Paulo Calapez, arquitecto com atelier no Porto e cujo projecto foi excluído. “Se existe uma alteração do ponto de vista do programa, então acho que deve ser anulado”, manifestou no último debate público.

Para a autarquia de Viseu, o programa vai seguir de acordo com o caderno de encargos. O próximo passo, informou o presidente da câmara, passa por reuniões individuais com cada um dos autores dos projectos vencedores, para se “chegar até ao projecto especializado”. A obra, candidata a fundos comunitários, será depois adjudicada por ajuste directo.

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