Comissão de engenheiros avalia segurança de casas afectadas por derrocada em Guimarães

Peritos ontem nomeados também vão apurar as causas do acidente, que, segundo o presidente da câmara, não fez vítimas por "milagre".

Máquinas já abriram um corredor no paredão de terra que cortou a estrada
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Máquinas já abriram um corredor no paredão de terra que cortou a estrada Nélson Garrido
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Casas ficaram com os alicerces à vista Nélson Garrido

Uma equipa constituída por seis engenheiros civis vai avaliar as condições de segurança e habitabilidade das seis casas que ficaram em aparente risco de ruína, após o deslizamento de terras de terça-feira, em Guimarães.

O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira pela autarquia local, que vai patrocinar os trabalhos da comissão. Será a forma de “sossegar os moradores”, confia o presidente de câmara, António Magalhães, que considera um “milagre” o facto de o acidente não ter provocado vítimas.

O autarca vimaranense chamou-lhe “comissão de peritos”. “É uma equipa técnica que não deixa dúvidas”, assegura António Magalhães, para quem este trabalho é a melhor forma de “sossegar os moradores” que viram as suas vivendas no talude superior da circular urbana de Guimarães, também conhecida por variante Fafe-Guimarães, ficarem com os alicerces à vista, depois da derrocada de terça-feira. Da equipa fará parte Tiago Miranda, especialista em Geotecnia da Universidade do Minho, que ontem comentou o caso ao PÚBLICO, bem como dois engenheiros civis da Câmara de Guimarães, um engenheiro de uma empresa privada local, um técnico da Estradas de Portugal e o responsável pelo projecto do loteamento em causa.

Os trabalhos começam nos próximos dias e a autarquia espera “ficar com um relatório que permita saber o que se passou”. “Não podemos deixar que fique nenhum tipo de dúvidas”, sublinha António Magalhães, que, durante a reunião do executivo municipal desta quinta-feira, manifestou disponibilidade para divulgar o processo de licenciamento do empreendimento aos vereadores da oposição. “Pomos aqui os técnicos que nos vão explicar ponto por ponto. É questão de combinar a data”, disse.

Para já, as 15 pessoas, entre as quais uma criança, que vivem no loteamento da freguesia de Mesão Frio vão continuar impedidas de voltar a casa. Nenhuma das seis famílias pediu auxílio para o realojamento, pelo que têm passado as noites em casa de familiares. Mas continuam a ser acompanhadas pelos serviços de acção social da Câmara de Guimarães. Continuam a aguardar por autorização para reentrarem dentro das casas para retirarem alguns pertences.

“Tivemos uma sorte excepcional”, comenta o presidente da câmara, lembrando que a estrada é diariamente utilizada por cerca de 20 mil automóveis. “Quem for crente, pode dizer que é um milagre”.

O presidente da Estradas de Portugal já anunciou que, em princípio, o acidente vai deixar a estrada fechada ao trânsito durante quinze dias e que serão precisos cerca de 800 camiões para remover toda a terra que deslizou para a via.
 

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