Dezenas de crianças assistidas na praia de Carcavelos com sintomas de alergia

Sintomas estarão relacionados com picada de insecto.

Foto
Rui Gaudêncio

Dezenas de crianças foram nesta terça-feira assistidas na praia de Carcavelos, em Cascais, nos arredores de Lisboa, por apresentarem comichão no corpo e vermelhidão alegadamente provocadas por picada de insecto. Duas delas tiveram de receber tratamento hospitalar.

De um grupo de 250 alunos que pertence a uma escola de Belém, 64 foram assistidos na praia pelo INEM, segundo o comandante da Polícia Marítima, Mário Domingues. Uma menina de oito anos e um menino de seis anos acabaram por ser transportados para as urgências do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, com pruridos na pele.

A versão do presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Ribeiro Rosa, é ligeiramente diferente. Segundo o autarca, 90 crianças e 22 monitores apresentam sintomas de alergia na pele (babas) e cinco alunos foram ao hospital. "De acordo com o boletim clínico, os sintomas estão relacionados com picadas de insecto", disse ao PÚBLICO. Ribeiro Rosa critica o "alarme irresponsável" criado pelas notícias divulgadas nos órgãos de comunicação social.

"Numa primeira análise efectuada pelos médicos do INEM, os sintomas foram relacionados com a lagarta do pinheiro", explicou o comandante da Polícia Marítima. Isto porque as crianças tinham estado, na véspera, na zona dos Moinhos de Santana, na Ajuda. "Mas o diagnóstico feito no hospital mostrou que a alergia teria a ver com picada de insecto", acrescentou Mário Domingues.

Questionado sobre se tem conhecimento de outros banhistas na praia de Carcavelos, externos ao grupo, com sintomas semelhantes, Mário Domingues disse que até ao início da tarde "não havia queixumes". "Na praia há sempre pequenas ocorrências de vermelhões, não se pode pôr tudo no mesmo saco", afirmou.

O alerta foi dado por volta das 11h30 desta terça-feira, tendo sido chamados ao local o INEM, os bombeiros, a Polícia Marítima e aAutoridade de Saúde de Cascais. Para o local foram deslocados “todos os meios necessários e disponíveis” para fazer face à situação, incluindo a Unidade de Planeamento e Crise. Segundo o INEM, a Direcção-Geral da Saúde e o Instituto Ricardo Jorge também foram informados da situação.

Ao PÚBLICO, a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo confirmou que "um grupo de 64 crianças que esteve na praia apresentou queixas de prurido com vermelhidão na pele". Estas crianças "integravam um grupo de 250 que tinham estado na véspera no Parque Dos Moinhos da Ajuda, tendo algumas delas iniciado queixas semelhantes", acrescentou. "As queixas atenuavam-se quando as crianças ficavam abrigadas da exposição solar (o que configura que ocorreu reacção de exacerbação por fotossensibilização cutânea)", referiu a ARS. Além disso, "duas crianças que integravam outro grupo de jovens apresentaram queixas de prurido relacionadas com exposição solar e prurido localizado".

Para a Autoridade de Saúde, "não parece haver relação entre o aparecimento das queixas e a prática balnear" pelo que não há "até ao momento motivos de preocupação relacionados com a pratica balnear".

 

Sugerir correcção
Comentar