Centenas de carros em protesto no IC1 para exigir obras entre Alcácer e Grândola

Organização indicou que, no total, participaram mais de 500 veículos.

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Algumas centenas de veículos participaram nesta sexta-feira numa marcha lenta no Itinerário Complementar (IC) 1, entre Alcácer do Sal e Grândola, para protestar contra o estado de degradação deste troço da estrada e exigir obras de reabilitação.

A marcha foi composta por três colunas de veículos, que partiram de Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém e acabaram por se concentrar, pouco depois das 19h, junto a um posto de abastecimento de combustíveis no Bairro do Isaías (Grândola).

O comandante do Destacamento Territorial de Grândola da GNR, Ricardo Charrua, evitou avançar à Lusa o número de viaturas envolvidas na manifestação, optando por referir que a coluna chegou a ser superior a quatro quilómetros, enquanto a organização indicou que, no total, participaram mais de 500 veículos.

De acordo com o responsável da GNR, a iniciativa decorreu sem incidentes nem interrupções de trânsito, embora as viaturas tivessem circulado sempre a um rimo "muito lento".

A acção terminou com intervenções do presidente da Câmara Municipal de Grândola, de um representante das Comissões de Utentes do IC1 dos dois concelhos do distrito de setúbal e do deputado do PCP Bruno Dias, tendo os participantes dispersado, segundo o comandante Ricardo Charrua, por volta das 19h30.

Utentes e autarquias colaboraram na organização da manifestação para exigirem, "com carácter de urgência, as necessárias obras de reabilitação" daquele troço da antiga Estrada Nacional (EN) 120.

Os utentes consideram "inaceitáveis e revoltantes" as condições "de degradação e insegurança" da via, que têm provocado "um acentuar significativo de acidentes, traduzidos muitos deles, em perdas humanas".

As causas apontadas para o mau estado da estrada são a "falta de manutenção" e o "aumento de tráfego" originado pela "fuga" à auto-estrada (A2).

"Pavimento deteriorado, sulcos de desgaste causados pelos rodados dos veículos pesados, lombas e outras deformações causadas por raízes de árvores, buracos, depressões e fracturas" são alguns dos problemas que levam os utentes a exigir as obras.

No início deste mês, a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) foi recebida pelo ministro da Economia, António Pires de Lima, que confirmou a existência de seis milhões de euros destinados à repavimentação daquele troço do IC1, embora sem adiantar uma data para o início das obras.

Contactada pela Lusa, a Estradas de Portugal (EP) reiterou as informações prestadas em maio do ano passado, quando chegou a um acordo com a SPER - Sociedade Portuguesa para a Construção e Exploração Rodoviária, a concessionária da subconcessão do Baixo Alentejo, cujas obras estão interrompidas desde 2011.

Esse acordo prevê a reversão do IC1 entre Grândola e Marateca para a rede de estradas da EP, mas tal só será efectivado depois da apreciação das entidades financiadoras e do Estado português e posterior aprovação por parte do Tribunal de Contas, o que, de acordo com a EP, ainda não aconteceu.

 

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