CDU critica silêncio de Rui Moreira e Pizarro sobre despejo da Seiva Trupe

“Têm de se pronunciar no sentido da resolução” do problema, exige o vereador Pedro Carvalho.

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A Seiva Trupe foi despejada do Teatro do Campo Alegre na passada quinta-feira Dato Daraselia

O vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, criticou esta segunda-feira o silêncio de Rui Moreira e do socialista Manuel Pizarro sobre o despejo da Seiva Trupe do Teatro do Campo Alegre, defendendo uma “solução imediata”.

“Não percebemos o silêncio nem de Rui Moreira nem de Manuel Pizarro, que agora têm um acordo em conjunto [para a governação da Câmara do Porto] e que têm que se pronunciar no sentido da resolução” do problema da Seiva Trupe, afirmou Pedro Carvalho aos jornalistas, depois de se reunir com os responsáveis da companhia de teatro.

A Câmara do Porto despejou na madrugada de quinta-feira a Seiva Trupe do Teatro do Campo Alegre, numa atitude que a CDU classificou hoje de “completamente lamentável”. Para Pedro Carvalho, a decisão do presidente da câmara cessante, “tomada a quatro dias da tomada de posse do novo executivo”, “soa a um odiozinho que Rui Rio nutria” pela cultura.

Rui Rio “está a tentar libertar Rui Moreira e Manuel Pizarro do ónus destas decisões”, disse, acrescentando que o despejo “não devia ter acontecido, [porque] havia uma providência cautelar e [a Seiva Trupe] estava sob um plano especial de revitalização”. A companhia de teatro “tem que ser instalada e não pode ser prejudicada” pela atitude de Rui Rio, acrescentou, prometendo levar este assunto à primeira reunião do novo executivo que na terça-feira toma posse.

O novo presidente da câmara, Rui Moreira, e o socialista Manuel Pizarro, que fizeram “um acordo [de governo para a autarquia] que junta uma espécie de nova troika”, têm que se “pronunciar e assumir a responsabilidade desta matéria”, sustentou o comunista.

O deputado do PCP na Assembleia da República Jorge Machado anunciou também que o partido vai esta semana questionar o Governo sobre os “apoios que vão ser dados à Seiva Trupe”, através da Secretaria de Estado da Cultura, e sobre “a legalidade” da utilização da polícia municipal neste despejo.

“A utilização da polícia neste despejo forçado oferece-nos sérias dúvidas de legalidade e vamos questionar o Ministério da Administração Interna sobre o assunto. Isto acontecia antes do 25 de Abril, acontecia no fascismo”, sustentou o deputado.

Jorge Machado entende que houve uma violação da lei e uma violação dos “mais básicos direitos da nossa democracia”, porque “as pessoas têm que ser informadas e estar presentes no despejo das suas instalações”.

Para proceder ao despejo, a Câmara do Porto alegou o incumprimento no pagamento de uma dívida acumulada, no âmbito do contrato de cedência das instalações do Teatro do Campo Alegre.

A Seiva Trupe classificou a desocupação do Teatro do Campo Alegre como o final de uma “perseguição política” pelo presidente da Câmara do Porto.

A companhia anunciou ainda que interpôs uma providência cautelar contra o acto, tendo a vereadora do Conhecimento e da Coesão Social, Guilhermina Rego, garantido que a câmara só foi notificada dessa providência a seguir ao despejo.

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