Cascais dedica um bairro à cultura

Bairro dos Museus inclui 12 espaços culturais e dois parques urbanos, que terão uma programação integrada.

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Farol Museu de Santa Marta é um dos equipamentos inseridos no Bairro dos Museus José Maria Ferreira/Arquivo

A partir de Março, a área entre o Parque Marechal Carmona e o centro histórico da vila de Cascais vai transformar-se no Bairro dos Museus, incluindo sob a mesma marca 12 equipamentos culturais e dois parques urbanos, que terão uma programação integrada. A gestão destes espaços, até aqui a cargo da câmara, passa para a Fundação Luís I.

O Bairro dos Museus vai integrar, numa primeira fase, a Casa das Histórias Paula Rego, o Museu Condes de Castro Guimarães, a Casa de Santa Maria, a Casa Duarte Pinto Coelho, o Farol de Santa Marta, o Museu do Mar Rei D. Carlos, o Centro Cultural de Cascais, a Fortaleza N. Sra. da Luz, o Forte S. Jorge Oitavos, o Parque Marechal Carmona e o Parque Palmela.

Embora estejam geograficamente mais afastados, serão incluídos também o Museu da Música Portuguesa e Museu dos Exílios, no Estoril, e a Casa Reinaldo dos Santos, na Parede. Até ao final do ano deverão juntar-se mais oito equipamentos, como o futuro Museu da Vila, que ficará instalado no edifício da câmara, o Museu do Cartoon, na Cidadela, ou o Museu do Automóvel, dedicado a carros de corrida clássicos, no parque da Marina.

A entrada nos museus, até aqui gratuita, vai custar 1,5 euros para residentes no concelho e desempregados, 3 euros para turistas e mantém-se grátis para crianças até aos 12 anos e maiores de 65 anos. Haverá ainda um bilhete único de um dia para aceder a todos os equipamentos. A introdução da bilhética e a abertura a fontes de financiamento privado vai “libertar o orçamento da câmara para outras iniciativas culturais”, afirma o presidente da câmara, Carlos Carreiras.

Os parques Marechal Carmona e Palmela continuam a ter acesso gratuito e mantêm-se sob gestão municipal. A Fundação Luís I fica apenas responsável pela programação dos eventos que venham a realizar-se nestes parques, que poderão ter acesso pago.

O objectivo da autarquia é que o Bairro dos Museus se transforme num produto turístico, beneficiando de parcerias com hotéis, restaurantes e transportadoras que operam no concelho. Por exemplo, vai ser possível marcar uma noite num hotel, um jantar num dos restaurantes aderentes ou uma viagem nos comboios da CP, incluindo no preço o bilhete para a entrada nos espaços culturais.

O Bairro dos Museus vai estar demarcado geograficamente através de sinalética, mobiliário urbano e iluminação pública. “Queremos que o espaço público não seja um sítio onde se passa, mas sim onde se vai”, diz Carreiras.

A transferência da gestão para a Fundação Luís I vai permitir à autarquia “libertar-se da gestão do dia-a-dia e da formulação dos conteúdos daqueles espaços”, declara o autarca. Segundo Carreiras, esta reorganização deverá facilitar a aposta municipal no desenvolvimento de "novos segmentos” na área cultural, como a criação de residências para fixar artistas no concelho. Segundo o presidente, o objectivo do município é alargar o conceito do Bairro dos Museus a outras zonas do concelho, estendendo também a aposta ao património imaterial.

Notícia actualizada a 28/02: esclarece que os parques urbanos continuam de acesso livre

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