Casacos pendurados pelas ruas de Lisboa vão agasalhar quem precisa

Decorre terça-feira uma iniciativa de cariz solidário que pretende ser tão simples que qualquer pessoa a possa replicar.

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“Este tipo de iniciativas é importante para pôr as pessoas a pensar e para que queiram dar mais; é um acordar de consciências”, explica Sílvia Lopes, uma das criadoras do projecto. Chama-se Heat the Street e surgiu há duas semanas, quando Sílvia – consultora de comunicação de 33 anos – viu uma fotografia nas redes sociais de dois casacos pendurados em dois postes, no Canadá, e pensou em fazer o mesmo. Daí, criou uma página no Facebook e um evento online que transformará Lisboa num bengaleiro de casacos, à disposição para quem tenha frio.

Criada em conjunto com a sua colega Lara Neves, a página do Facebook contava, inicialmente “só com os likes dos amigos” mas a ideia tem vindo a crescer. “Está a ganhar muita adesão porque é uma ideia tão simples e mostra que é tão fácil ajudar”, considera Sílvia, explicando que qualquer pessoa pode doar casacos que tenha por casa e já não utilize. “O que interessa é dinamizar o espírito solidário”, conclui.

O evento decorre esta terça-feira, dia 15, a partir das 19h por lugares como Santos, o Largo de São Paulo ou a Avenida 24 de Julho. Sílvia Lopes afirma que o evento não é unicamente dirigido aos sem-abrigo mas a todas as pessoas que tenham frio. Refere que “não haverá vigilância”, daí que fique “na consciência de cada um” se houver quem leve casacos sem que precise.

A criadora explica que não se pretende que as pessoas ajudem só na próxima semana mas que fique a ideia de que qualquer pessoa pode desenvolver uma iniciativa deste género. A juntar à distribuição dos casacos, “é só imprimir as etiquetas que estão na página do Facebook e recortar”. A ideia principal é que sejam doados casacos mas também se podem dar outros agasalhos, “ao meter luvas dentro dos bolsos dos casacos, por exemplo”, diz Sílvia.

“Estou aqui para ti. Se estás na rua e com frio, leva-me contigo para te aquecer”, lê-se nas etiquetas.

A consultora de comunicação conta que pretende criar uma equipa em Janeiro para que possam continuar a repetir o evento, que poderá “tomar outras direcções”. “Já pensámos em leiloar casacos de celebridades cujo valor angariado reverteria para instituições de solidariedade, mas é só uma ideia”, explica.

Texto editado por Ana Fernandes

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