Carristur suspendeu serviço de aluguer de carros à hora

Mob Carsharing deixou de estar disponível no final de Junho, depois de sete anos de existência. A procura não correspondeu às expectativas.

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Ana Ramalho

Nasceu em 2008 e nos primeiros anos parecia ter rodas para andar, com centenas de adesões, mas o entusiasmo perdeu-se no caminho. O serviço de aluguer de carros à hora da Carristur, designado Mob Carsharing, foi suspenso em Junho devido à reduzida procura. Em sete anos, teve cerca de 350 clientes.

Para a empresa da Carris dedicada ao turismo, o desfecho é explicado pela dificuldade em mudar hábitos sociais. “É um processo complexo e demorado, em particular quando estes hábitos estão associados a ideais de conforto e status, como é o caso da utilização do carro particular”, responde Isa Lopes, directora do gabinete de comunicação.

Nos últimos sete anos, a empresa promoveu várias iniciativas para convencer particulares e empresas a utilizarem o serviço, que estava presente já em várias cidades. Em 2010, por exemplo, associou-se à EMEL (Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa) para passar a incluir no preço total do aluguer o estacionamento nos parques geridos por esta empresa municipal de Lisboa.

Os clientes podiam alugar os veículos online ou por telefone, e levantá-los nos parques da EMEL, tendo à disposição um total de dez carros, dois deles híbridos. Os interessados tinham de fazer um pedido de adesão e pagar uma anuidade (50 euros para particulares e 200 euros para empresas). O preço total por viagem, que incluia já o combustível, era a soma do montante cobrado por hora de utilização do veículo e ao preço por quilómetro. A Carristur falava inicialmente em poupanças anuais, em relação ao transporte individual, na ordem dos 4000 euros.

No início, o serviço convenceu mais as empresas, ao contrário do que acontece noutras cidades da Europa onde existem projectos deste género. Para tentar contrariar esta tendência, a empresa criou um "cartão família", para tornar mais atraente a utilização dos veículos por todo o agregado.

No entanto, a estratégia não foi bem-sucedida. “Podemos afirmar que os resultados, no último ano, ficaram abaixo do previsto”, admite Isa Lopes. "Assim, e uma vez que a manutenção desta oferta no mercado implicaria investimentos elevados, a Carristur optou por suspender a mesma e por investir em outras áreas de negócio", acrescenta, sublinhando que no futuro a oferta pode ser retomada "caso se reúnam as devidas condições".

Até porque, lembra a responsável, alguns estudos revelam que "a partilha de automóvel e a partilha de deslocações ganharão terreno nos próximos anos, pelo que os sistemas de carsharing estão em franca expansão por todo o mundo".

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