Entre Janeiro e Setembro, a Carris gastou quase nove mil euros na remoção de pinturas feitas de forma ilegal nos ascensores do Lavra, Bica e Glória. A empresa aguarda autorização para instalar um sistema de videovigilância que funcione como dissuasor destes actos de vandalismo.

“Cada acção de pintura custa entre 450 euros e 1200 euros por veículo. Este ano, até ao final de Setembro, a Carris já gastou neste tipo de acções 8800 euros”, indicou à Lusa fonte da empresa. Em 2011 e 2012, “os custos respeitantes a estes trabalhos atingiram um valor global de 7300 euros”, acrescentou.

Os constantes graffiti feitos de forma ilegal nos ascensores do Lavra, Bica e Glória têm sido alvo de críticas, nomeadamente do movimento Cidadania LX. Numa carta recentemente enviada à Carris e à Câmara de Lisboa, aquele movimento lamenta o “estado deplorável em que se encontram os elevadores, e monumentos nacionais” e acrescenta que aquela é “infelizmente, uma vergonha sem resolução, ano após ano”.

Em resposta, o Gabinete do Provedor da Carris afirma que a empresa é a “primeira a lamentar que os seus ascensores se encontrem constantemente grafitados”. “A Carris promove a limpeza imediata dos graffiti sempre que possível (...) Infelizmente, como se pode constatar, logo após a limpeza/pintura, os veículos são novamente grafitados”, acrescenta.

O movimento Cidadania LX propõe soluções: colocar uma cobertura de lona sobre os ascensores durante a noite ou sempre que estejam parqueados, vedar os terminais dos ascensores do Lavra e da Bica para evitar que sejam vandalizados durante a noite, ou construir "garagens de concepção leve, funcional e estética" nos terminais da Glória e da Bica.

Questionada pela Lusa, fonte da Carris informou que já apresentou à PSP de Lisboa um pedido para instalar um sistema de videovigilância no exterior dos ascensores do Lavra, Bica e Glória e aguarda resposta. “As câmaras de videovigilância serão instaladas na zona de parqueamento nocturno dos veículos”, disse, acrescentando que a instalação dos sistemas simples de videovigilância nos três ascensores deverá ascender a 18 mil euros.

Desde Setembro está em vigor a nova lei que regula a realização de graffiti e os proíbe em alguns locais públicos como monumentos e transportes públicos. O diploma prevê coimas para os infractores que podem chegar aos 25 mil euros. O infractor fica ainda sujeito a ter de suportar todos os custos de remoção de graffiti.