Candidatos à câmara prometem Porto mais limpo para travar proliferação de gaivotas

Manuel Pizarro, do PS; José Soeiro, do BE e o independente Rui Moreira associam invasão destas aves a alguma falta de higiene nas ruas da cidade.

Foto
A presença de gaivotas em terra aumentou com a recente vaga de calor, diz especialista no estudo das aves Paulo Pimenta

Os candidatos do PS, BE e o independente Rui Moreira defendem que proliferação de gaivotas no Porto se explica principalmente pelo lixo que se encontra espalhado pela cidade e sugerem que é preciso uma política de limpeza mais eficaz.

Há cada vez mais gaivotas no miolo urbano de cidades como o Porto e o fenómeno está a aumentar com a actual vaga de calor, disse à Lusa um especialista em ecologia de aves e director do Departamento de Conservação da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

O candidato do PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, acusou nesta quinta-feira a Câmara do Porto de ser a principal responsável pela proliferação de gaivotas na cidade, por causa da sujidade nas ruas e da “falência” da política de resíduos sólidos.

As gaivotas “são, em larga medida, a demonstração da falência da política de resíduos sólidos da Câmara Municipal do Porto”, afirmou o candidato do PS, Manuel Pizarro, argumentando que uma das principais razões para abundância de gaivotas hoje no Porto tem a ver com o facto de a “cidade estar suja”.

“A principal medida que é preciso fazer para combater a proliferação de gaivotas na cidade é tratar a limpeza urbana de forma mais séria e mais adequada”, declarou o candidato socialista, defendendo que o futuro passa por ter uma política de resíduos sólidos que promova a reutilização de uma grande parte dos resíduos e que promova uma limpeza mais eficaz da cidade”.

A candidatura de Rui Moreira também remeteu o caso das gaivotas no Porto para o “problema geral da limpeza e saúde pública da cidade”. “É nossa intenção, não apenas por causa das gaivotas, que as zonas mais sujeitas à deposição de detritos durante a noite - como é o caso das zonas da movida - sejam limpas com outra eficácia durante a madrugada”, indicou a candidatura de rui Moreira.

Aquela candidatura independente prometeu “aumentar o número de peças de mobiliário urbano”, designadamente, pequenos depósitos de lixo, que “escasseiam em algumas zonas da cidade”. “Caso se verifique que o fenómeno da proliferação de gaivotas tem algumas origens naturais, poderão ser estudadas “medidas adicionais”, refere ainda a candidatura de Rui Moreira.

O candidato do Bloco de Esquerda, José Soeiro, também referiu que a recolha do lixo e a limpeza das ruas do Porto deve ser melhorada” para combater o aumento do número de gaivotas na cidade com a vaga de calor. José Soeiro refere, todavia, que é da competência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte verificar os perigos para a saúde pública e que a autarquia deve exigir a essa entidade que se assuma a responsabilidade sobre o caso.

As gaivotas de patas amarelas que invadiram o centro do Porto são um reservatório de bactérias multirresistentes, avisou Paulo Martins da Costa, professor de Segurança Alimentar no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, alertando para que o homem deixe de alimentar aqueles aves marinhas.

Os candidatos do PSD e da CDU, Luís Filipe Menezes e Pedro Carvalho, foram também questionados pela Lusa sobre o tema, mas escusaram-se a falar sobre o assunto.
 
 

Sugerir correcção
Comentar