Câmara do Porto não vai concorrer à concessão da STCP

Município toma posição apenas na sexta-feira, mas chegou a um entendimento com outras autarquias e vai pedir que Governo pare o concurso

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Câmaras vão pedirao Governo que cancele o actual concurso de subconcessão da STCP Paulo Pimenta

As autarquias do Grande Porto servidas pela STCP consideram que o caderno de encargos do concurso para a subconcessão desta empresa não garante condições de exploração, sem prejuízos, do serviço, nem a qualidade do mesmo. A Câmara do Porto, que liderou um processo para tentar concorrer à concessão, num consorcio com outros municípios e empresas, já decidiu que não o vai fazer.

Rui Moreira chegou a agendar uma conferência de imprensa para esta quarta-feira mas acabou por adiá-la para sexta-feira, depois da reunião do Conselho Metropolitano. O presidente deste órgão, o social-democrata Hermínio Loureiro, participou nesta terça-feira num encontro entre as autarquias do Porto, Matosinhos, Vila nova de Gaia, Maia e Valongo, na qual estas entidades concordaram com a análise feita por uma equipa da Universidade Católica que aponta vários problemas ao caderno de encargos do concurso. Só Gondomar não se fez representar, mas são conhecidas também as críticas do socialista Marco Martins a todo o processo.

A Câmara do Porto tem mantido o silêncio sobre este tema, mas segundo dados avançados nos últimos dias pelo Jornal de Notícias, as contas feitas pelos especialistas contratados pelo município apontam para a necessidade de esmagar preços, ou diminuir a qualidade do serviço, para evitar prejuízos no final da concessão. Sugere-se também, para mitigar custos, que o concessionário despeça gente na área administrativa, e que a necessária contratação de quase uma centena de motoristas seja feito, a custos salariais inferiores aos praticados na STCP, pelos parceiros privados que entrariam no consórcio com as câmaras para exploração das linhas que ligam o Porto aos concelhos vizinhos.

O representante da Junta Metropolitana do Porto na administração da Metro/STCP absteve-se na votação do lançamento do concurso para a subconcessão do serviço das duas empresas, depois de o Governo ter cedido em alguns aspectos e ter dado a garantia de que o serviço da STCP não só não seria afectado como poderia até melhorar. Mas, neste momento, e depois de uma alteração profunda no caderno de encargos – cuja primeira versão originou mais de 2300 perguntas de interessados - é entendimento das maiores câmaras do distrito que o que vai acontecer, se este concurso for levado até ao fim, é precisamente o contrário. O conselho Metropolitano reúne-se esta sexta-feira, o que explica que Moreira reserve para depois deste encontro a divulgação da sua posição sobre um assunto que tem marcado a agenda camarária, e metropolitana, nos últimos meses.

 

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