Câmaras e escolas devem promover reutilização de manuais, defende Rui Rio

Autarca do Porto inaugurou esta quinta-feira o Serviço Municipal de Apoio à Reutilização dos Livros Escolares, associado à rede de bancos de livres ecolares lançada pelo movimento reutilizar.org.

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Rio dis que o Estado tem a obrigação de acompanhar ideias como a do banco de livros Manuel Roberto/Arquivo

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, defendeu esta quinta-feira a reutilização dos manuais escolares, considerando que devem ser as próprias escolas a promover a troca gratuita dos livros.

“Espero que este exemplo seja seguido por outras câmaras e esperamos que este projecto tenha uma vida curta, porque isso significa que as escolas passam a desempenhar este papel, que elas próprias passam a fazer isto”, afirmou Rio, que esta manhã inaugurou  no átrio do Gabinete do Munícipe o Serviço Municipal de Apoio à Reutilização dos Livros Escolares (SMARLE).
Este gabinete municipal está associado à rede nacional de bancos de partilha de livros escolares do movimento reutilizar.org, criado pelo explicador de Matemática do Porto Henrique Trigueiros Cunha no Verão de 2011 e que conta já com mais de 120 locais espalhados pelo país e ilhas.

Destinado a todos os cidadãos que necessitem de manuais e que queiram partilhar os seus, este gabinete funciona todos os dias úteis.Segundo Rui Rio, com este gabinete, a autarquia pretende “ajudar as famílias no âmbito das enormes despesas de educação que têm, principalmente em termos relativos aos rendimentos que hoje têm, e quando têm”. O autarca destacou as vertentes social e cultural deste projecto de troca gratuita de manuais escolares, afirmando que “ajuda a baixar a despesa das famílias com os livros”, mas também permite demonstrar que “um livro pode ser utilizado por outra pessoa”.

Questionado se não deveria ser competência do Estado promover esta troca de manuais escolares, Rio disse que “tudo tem um começo” e que “com certeza que podia” ter sido o Estado a tomar pulso de um projecto como este.

“Se o Estado não o fez e um grupo de cidadãos teve essa ideia, o Estado agora tem uma obrigação acrescida que é aproveitar essa ideia. É extraordinariamente meritório que a sociedade civil tenha estas ideias e começamos a estar mal se o Estado não acompanha. É por isso que a Câmara do Porto acompanha” a iniciativa, sublinhou.

O promotor desta iniciativa referiu que, em 2012, só o banco de livros do Porto situado na Avenida da Boavista fez chegar entre 40 mil a 50 mil livros a novas mãos, o que representa cerca de 30% dos manuais ali deixados. É que muitas são as vezes em que os manuais já não podem ser reutilizados, ou porque estão muito escritos, ou porque são antigos ou não estou em boas condições.
“Fácil é abrir o banco, difícil é agir ao nível da educação”, disse Henrique Cunha, que entende que há ainda muito trabalhão a fazer nas escolas no âmbito da sensibilização, para que haja “respeito pelos livros”.

O reutilizar.org tem como único objectivo “tornar a reutilização de livros escolares uma prática universal em Portugal”.
 
 

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