Câmara entrega ao Sporting de Braga piscina olímpica onde já tinha gastado 8 milhões

Autarquia tinha gasto oito milhões de euros na estrutura, mas não tinha dinheiro para terminá-la. Clube vai criar ali um pavilhão multiusos.

Foto
A segunda fase do investimento impunha um financiamento de 12 milhões de euros e, em 2012, a autarquia anunciou que já não teria condições de garantir essa verba Nelson Garrido

Depois de ter cedido 12 hectares de terrenos junto ao estádio municipal para que o Sporting de Braga construa a sua academia, a câmara bracarense vai agora entregar ao clube o complexo das piscinas olímpicas, que está à espera de ser terminado desde 2008. A autarquia gastou ali oito milhões de euros, mas não tinha dinheiro para concluir a obra. O equipamento vai sofrer uma nova intervenção, que permitirá transformá-lo num pavilhão multiusos.

A cedência do direito de superfície da piscina olímpica ao Sporting de Braga tem a validade de 40 anos e foi aprovada por unanimidade, na reunião do executivo municipal bracarense desta segunda-feira. O acordo prevê que o clube construa, no prazo máximo de três anos, um pavilhão multiusos, constituído por ginásio, balneários e vestiários, bem como uma zona residencial para atletas. Como contrapartida, o município poderá utilizar gratuitamente a nova infra-estrutura duas vezes por ano.

Além disso, o Sporting de Braga terá de construir e reservar um espaço polivalente, com pelo menos 800 metros quadrados, para utilização gratuita pela câmara, bem como criar um circuito de manutenção na zona envolvente da piscina e dos campos de futebol da futura academia. O presidente da autarquia, Ricardo Rio, defende que esta cedência permite rentabilizar o “avultado investimento” que tinha sido realizado naquela estrutura. “Foi encontrada uma solução que beneficia os bracarenses, uma vez que irá libertar equipamentos desportivos que serão utilizados por outras colectividades”, defende o autarca.

A primeira fase de construção da piscina olímpica de Braga custou oito milhões de euros e ficou concluída em finais de 2008. O complexo foi projectado para ter três piscinas: duas de competição e uma de recuperação. Desde então a estrutura está abandonada, à espera de financiamento para a conclusão. A segunda fase do investimento impunha um financiamento de 12 milhões de euros e, em 2012, a autarquia anunciou que já não teria condições de garantir essa verba, nem para assegurar os custos de manutenção. Desde então foram estudadas várias soluções, como a construção de um parque aquático, a reconversão do projecto num complexo de piscinas menos ambicioso ou a demolição da estrutura.

A câmara entrega assim ao principal clube desportivo do concelho um equipamento onde tinha gasto 8 milhões de euros, depois de, no Verão, ter também entregue ao Sporting de Braga gratuitamente os terrenos envolventes, cuja expropriação tinha custado aos cofres municipais 3,7 milhões de euros. Naquela área, com um total de 12 hectares, os “arsenalistas” vão construir a sua academia de futebol. Os terrenos em causa eram destinados ao chamado Parque Norte onde, além da piscina olímpica nunca concluída, está instalado o estádio municipal projectado por Eduardo Souto de Moura. No mesmo espaço estavam previstos um pavilhão multiusos e outras estruturas desportivas, equipamentos que já não vão ser construídos.

Sugerir correcção
Comentar