Câmara do Porto quer transformar Feira do Livro em Festival Literário

Evento vai decorrer nos jardins do Palácio de Cristal, entre 5 e 21 de Setembro. Inscrições estão abertas até ao final do mês

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A 83. edição da Feira do Livro do Porto foi cancelada pela APEL, que considera apoios da autarquia insuficientes Paulo Ricca

A Feira do Livro do Porto, que se irá instalar nos jardins do Palácio de Cristal entre os dias 5 e 21 de Setembro, vai sofrer uma mudança radical de conceito. A Câmara do Porto vai manter a componente de venda de livros com desconto, mas a aposta vai toda para a programação, que pretende transformar a feira num “festival literário”, defende fonte da assessoria de imprensa da autarquia.

“Este ano, não estamos a acrescentar uma programação cultural a um evento pensado para vender livros. Mudou a perspectiva, mudou o conceito. O que vamos ter é um festival literário em que, fatalmente, se vendem livros”, explica fonte do gabinete de comunicação da autarquia. A programação está a ser montada e as inscrições para participar na feira estão abertas até ao final do mês, pelo que o número de participantes ainda está longe de estar definido, mas o regulamento já permite perceber outras coisas.

Desde logo, o horário. A Feira do Livro do Porto 2014 vai abrir ao público às 16h, de segunda a sexta-feira, e às 12h, ao fim-de-semana. Os horários de encerramento também variam, com os pavilhões a fecharem as portas às 22h, de domingo a quinta-feira, e uma hora mais tarde, às sextas-feiras e sábado. Até ao momento, a câmara indica que “perto de duas dezenas de livreiros” já se inscreveram no feira deste ano, um número que a assessoria de imprensa do município garante estar “dentro das expectativas”.

Ainda assim, o município acredita que até ao final do mês – data limite para as inscrições – este número irá crescer, e aponta o preço praticado no Porto, 400 euros por pavilhão, como um dos incentivos. “Tivemos inscrições maioritariamente de livreiros do Porto, mas acreditamos que vamos ter mais, até porque os preços que estamos a praticar rondam um quinto do valor que era pedido pela APEL [Associação Portuguesa de Escritores e Livreiros]”, diz a mesma fonte. De acordo com os dados da própria APEL para a Feira do Livro de Lisboa de 2013 (nesse ano, o evento não se realizou no Porto), o preço por pavilhão era de 1800 euros, passando para os dois mil euros caso fosse solicitado um segundo espaço ou mais.

No Porto, este ano, a câmara insiste que ”a feira de venda de livros com desconto existe, mas é apenas parte” de algo mais vasto. “Achamos que vai ser o maior festival literário jamais feito em Portugal”, diz fonte do gabinete de imprensa do município.

Os jardins do Palácio e a Biblioteca Almeida Garrett, que se situa no mesmo local, serão os grandes palcos da programação da feira. E é pelo auditório da biblioteca que irão passar um festival de spoken words, um ciclo de cinema dedicado ao livro e à literatura e duas edições das Quintas de Leitura, enquanto pela Galeria Municipal, no mesmo edifício, está prevista a abertura de uma exposição sobre ilustração.

O programa do “festival literário” contempla ainda uma exposição sobre o cineasta e escritor Pier Paolo Pasolini, conferências, a presença de autores e uma componente de animação, com dança e música, além de um conjunto de eventos especialmente dedicados às crianças. A inauguração de exposições simultâneas das galerias de Miguel Bombarda, que irá acontecer durante a feira, serve também como catalisadora de “um cruzar de públicos” que a câmara espera, venha a chamar mais gente aos jardins do Palácio de Cristal.

Para isso, e aproveitando o facto de a Feira do Livro se realizar no mês de arranque do ano lectivo, a câmara pretende ainda instalar, na área do evento, um balcão para a troca de livros escolares, algo que, fora desta época, só é possível fazer no Gabinete do Munícipe.

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