Câmara de Lisboa quer atingir 50% de eficiência energética em edifícios municipais

O uso eficiente da reutilização da água é outra das prioridades da autarquia.

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O vereador da Estrutura Verde afirmou nesta segunda-feira que a Câmara de Lisboa pretende atingir 50% de eficiência energética em edifícios municipais, semáforos e restante iluminação, representando uma poupança de 7,7 milhões de euros por ano.

Sem estipular um prazo, visto que tudo dependerá de programas de financiamento, cujas candidaturas deverão abrir até ao final do ano, José Sá Fernandes explicou que a autarquia pretende passar dos cerca de 20% de eficiência energética para os 50%.

O vereador falava na cerimónia “Lisboa, cidade solar”, que decorreu ao final da tarde desta segunda-feira nos Paços do Concelho, em Lisboa.

O número apontado por Sá Fernandes resultará da redução de energia nos edifícios (-41%) e na iluminação pública e semáforos (-53%), o que, disse, representará uma diminuição na factura anual de 2,5 milhões de euros no caso das infra-estruturas e de 5,2 milhões na iluminação, num total de 7,7 milhões.

Da lista de dez instalações municipais com mais consumo fazem parte o Edifício Municipal do Campo Grande, Túnel Marquês de Pombal, Avenida Infante Dom Henrique, Edifício dos Serviços Sociais da câmara, Pavilhão Casal Vistoso, Túnel Joao XXI, Teatro São Luiz, Polícia Municipal, Avenida 24 Julho e Mercado de Alvalade. No total, consomem 10,5 gwh por ano.

O objectivo será reduzir o total de energia consumida para metade, numa quebra de 50,8 gwh por ano (menos 13,5 gwh dos edifícios e menos 37,3 gwh da iluminação).

Para isso, avançou Sá Fernandes, será necessário um investimento na ordem dos 55 milhões de euros, que poderá ser financiado pelo programa comunitário Portugal 2020, que apoia a gestão inteligente de energia e a utilização de energias renováveis em infra-estruturas públicas ou pelo Programa de Eficiência Energética na Administração Pública (ECO.AP), lançado pelo actual Governo, para o mesmo efeito.

“Temos tudo preparado, [mas] é evidente que precisamos de apoio comunitário”, sintetizou o autarca à agência Lusa, referindo que “as directivas comunitárias indicam esse tipo de prioridade”.

“É dinheiro bem gasto e gerador de emprego”, assinalou.

Na apresentação, Sá Fernandes expôs “várias experiências” já feitas pela câmara no âmbito da eficiência energética, como o caso dos semáforos, em que já existem quatro mil lâmpadas LED (económicas), a juntar às 24 mil incandescentes.

Este foi um caso de sucesso apontado pelo secretário de Estado da Energia, também presente no evento, que em declarações à Lusa indicou que “a cidade de Lisboa tem conseguido implementar projectos muito relevantes, que devem ser seguidos por outros municípios”.

Artur Trindade apontou ainda que “a eficiência energética é a principal prioridade da política energética do Governo”.

O uso eficiente da reutilização da água é outra das prioridades da autarquia.

Francisco Gonçalves, da Agência de Energia e Ambiente – Lisboa E-Nova, exemplificou, na sua intervenção, que a água da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Chelas está a ser utilizada para limpeza das ruas.

Durante a cerimónia, foi ainda feita uma homenagem ao falecido José Delgado Domingos, antigo presidente da Lisboa E-nova.

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