Câmara de Lisboa procura novo espaço para o "oásis em que a homofobia não entra"

O Centro LGBT, junto ao Martim Moniz, encerrou devido à degradação do edifício camarário em que funcionava.

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O Centro LGBT, que entre outras valências oferecia aconselhamento psicológico e jurídico à comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros, fechou as portas, devido à falta de condições de segurança do edifício da Câmara de Lisboa em que estava instalado. O vereador dos Direitos Sociais garante que encontrar um espaço alternativo “é uma prioridade”.

No número 88 da Rua de São Lázaro, junto ao Martim Moniz, funcionava há 17 anos aquele que segundo a ILGA Portugal era “o único centro comunitário LGBT do país”. Aí, aquela instituição particular de solidariedade social promovia “projectos de prevenção do VIH/SIDA e de outras infecções sexualmente transmissíveis” e “actividades culturais, sociais e políticas” abertas a toda a população.

Nesse espaço, que encerrou na quarta-feira, estava também instalado “o único centro de documentação LGBT do país, o Centro de Documentação Gonçalo Dinis”. Era, resume a ILGA na sua página na Internet, “um oásis em que a homofobia não entra”.

Em comunicado, a instituição explica que o fecho do Centro LGBT ocorre “após oito anos de contactos e alertas sistemáticos à Câmara de Lisboa” para “a degradação progressiva do edifício, agravada por sucessivas ocupações e inundações”. A ILGA acrescenta que, de acordo com um relatório recente dos bombeiros, “manter o centro em funcionamento significaria um risco de segurança”.

Isso mesmo é confirmado pelo vereador dos Direitos Sociais, segundo o qual o número 88 da Rua de São Lázaro apresenta “graves problemas de conservação”, agravados pelas recentes chuvadas, que provocaram inundações e levaram à queda de parte de um tecto. João Afonso acrescenta que a reabilitação do edifício está prevista, no âmbito do Programa de Investimentos Prioritários em Acções de Reabilitação Urbana do Município.

O vereador adianta que a Câmara de Lisboa tem estado à procura de um espaço alternativo para o Centro LGBT, mas explica que ainda não foi possível encontrar uma solução porque a ILGA pretende instalar-se numa localização central, acessível e “com alguma dimensão”. João Afonso diz compreender essas reivindicações e garante que “é uma prioridade” encontrar uma nova casa para aquele que considera ser “um serviço único na cidade”.

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