Câmara de Lisboa muda estratégia para as bicicletas

Representantes dos ciclistas lamentam erros do passado, como ciclovias desnecessárias ou com desenhos inadequados

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Câmara quer completar a rede de ciclovias nas ruas e avenidas da cidade Nuno Ferreira Santos

A Câmara de Lisboa vai realizar obras nas avenidas da República e Fontes Pereira de Melo com o objectivo de garantir que as bicicletas possam circular de forma mais segura nestas artérias. Ao mesmo tempo, a autarquia compromete-se a ponderar outras medidas antes de optar pela segregação das bicicletas e vai deixar de construir ciclovias sobre os passeios.

Num encontro com representantes dos ciclistas e dos peões, os vereadores da Mobilidade e do Espaço Público da autarquia assumiram outros princípios: o de que as ciclovias devem ter um só sentido de circulação e o de que devem ser contínuas e cruzar em segurança vias de tráfego automóvel intenso.

Estas "promessas" foram aplaudidas pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta, pela Associação para a Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) e pela Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, que falam numa decisão "histórica e feliz".

João Barreto, da direcção da MUBi, considera que até aqui a autarquia "tem mostrado muito boas intenções", mas salienta que os resultados não têm sido "satisfatórios". Como exemplos de más obras, aponta as ciclovias construídas nas avenidas Frei Miguel Contreiras e do Brasil. A primeira por ter sido feita sem justificação, por se tratar de uma artéria com tráfego automóvel pouco intenso, e a segunda por ter um mau desenho e propiciar conflitos com os peões.

O vereador da Mobilidade defende o trabalho realizado no passado pela câmara, alegando que "a maior parte da rede de ciclovias foi pensada para ligar os grandes espaços verdes e de lazer da cidade". Agora que o objectivo é "completar a rede nas ruas e avenidas da cidade", Nunes da Silva reconhece que faz sentido adoptar os tais novos princípios.

Até ao Verão o autarca quer concluir as obras na Avenida da República (nas laterais) e na Avenida Fontes Pereira de Melo (em lugares de estacionamento desactivados).

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