Câmara de Braga admite assumir gestão da Pousada de Juventude

Autarquia vai pagar 6000 euros mensais para manter equipamento aberto durante os meses de Inverno

A Câmara de Braga pode passar a gerir a Pousada de Juventude da cidade, actualmente integrada na rede do Instituto Português do Desporto e juventude (IPDJ).

O presidente da autarquia, Ricardo Rio, assumiu essa possibilidade na reunião do executivo desta segunda-feira. O autarca entende que a gestão municipal pode tornar “rentável” um equipamento que, neste momento, tem taxas de ocupação que, na época alta, não ultrapassam os 40% da sua capacidade. Para já, serão verbas do município que vão continuar a suportar parte dos custos fixos da estrutura, de modo a viabilizar que esta continue a funcionar nos meses de Inverno, face à quebra da procura.

A proposta que está neste momento a ser estudada pela autarquia implica a passagem para a sua gestão do edifício que actualmente acolhe esta estabelecimento, na rua de Santa Margarida, bem como todos os custos que aquela estrutura implica. Se o acordo for concretizado, apesar de a gestão passar a ser municipal, Braga vai continuar a ter lugar na rede nacional de Pousadas da Juventude do IPDJ, com benefícios em termos de promoção e comunicação da oferta.

A Pousada de Juventude de Braga tem gestão deficitária, uma situação cuja responsabilidade tem sido atribuída à falta de condições físicas do espaço em que funciona, no centro da cidade. A autarquia chegou a ter prevista a construção de uma nova pousada, aquando da Capital Europeia da Juventude de 2012, no convento de S. Frutuoso, mas o projecto nunca avançou. Já no final do mandato anterior, o convento das Convertidas foi também referido como hipótese para a construção de uma nova pousada.

Enquanto a decisão sobre uma eventual nova localização não está tomada, a autarquia admite ficar com o edifício que acolhe o equipamento. De acordo com dados do município, a taxa ocupação média da Pousada de Juventude de Braga anda à volta dos 20%. Mesmo em meses de maior procura, durante o Verão, o número de utilizadores nunca ultrapassa os 40% das cerca de 60 camas disponíveis.

“Com condições de acolhimento e uma boa capacidade de articulação com as entidades que promovem iniciativas na área da juventude em Braga, a pousada pode ser rentável”, acredita o presidente da Câmara, Ricardo Rio, considerando que a hipótese de assumir directamente a gestão do espaço “poderá ser uma opção boa para o município”.

Braga, “não pode correr o risco de perder este activo”, que Rio considera “importante para as políticas de juventude no concelho”. O autarca bracarense justifica igualmente com estes argumentos o subsídio aprovado na reunião do executivo municipal desta segunda-feira, no valor de 6000 euros mensais, destinado a pagar metade dos custos de funcionamento da Pousada de Juventude durante os meses de Inverno, em que a procura é mais baixa.

A proposta foi aprovada com os votos favoráveis dos vereadores da maioria e a oposição (PS e CDU). Pelo segundo ano, a autarquia assume este compromisso, de modo a evitar o encerramento da estrutura, como chegou a ser sugerido pelo IPDJ.

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