Câmara da Guarda questiona Governo sobre encerramento do Centro Educativo do Mondego

O eventual encerramento do centro motivou a criação de uma petição online dirigida ao Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, ministra da Justiça e Assembleia da República.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, anunciou esta terça-feira que questionou a ministra da Justiça sobre o eventual encerramento do Centro Educativo do Mondego (CEM) e que pediu esclarecimentos "adequados" para evitar "especulações".

Na missiva enviada à ministra Francisca Van Dunem, o autarca refere que "na sequência das preocupantes notícias que têm sido veiculadas pela imprensa local e nacional sobre o encerramento" do CEM, solicita "os esclarecimentos mais adequados para que se possam evitar qualquer tipo de especulações".

"O CEM tem como destino efectivo o seu encerramento, pura e simplesmente, ou mantém a sua actividade como tem acontecido ao longo destes anos?", questiona Álvaro Amaro. E, "se porventura houver alterações, os colaboradores mantêm os seus postos de trabalho?", acrescenta.

O autarca quer também saber quais as respostas sociais que vão ser mantidas no estabelecimento da Guarda e quais as que vão deixar de ser prestadas.

"Porquê o encerramento do CEM, se for o caso, ao invés, não se opta pela transferência de beneficiários de outros Centros situados no litoral, como é o caso do Estabelecimento de Vila do Conde, para o Centro Educativo do Mondego?", refere no documento a que hoje a agência Lusa teve acesso.

Para Álvaro Amaro, "se a taxa de ocupação actual do CEM é inferior à média nacional, esta resulta exclusivamente de uma opção governamental".

"As medidas de internamento decretadas tanto podem ser executadas em estabelecimentos do interior como no litoral, bastando, para o efeito, que essa opção seja efectiva, internando, desde logo, mais beneficiários em Centros do interior, o que permitirá, como se compreende, que estes obtenham resultados acima da média nacional", observa.

O autarca da Guarda diz acreditar que o assunto irá merecer a "melhor atenção" da ministra da Justiça, apelando a "uma melhor e mais adequada ponderação desta opção".

"Promover uma política em defesa da coesão e sustentabilidade do território nacional passa pelo aumento de uma oferta dos estabelecimentos do Estado que desenvolvem a sua actividade nos territórios de mais baixa densidade populacional", termina.

O eventual encerramento do CEM, situado na freguesia de Cavadoude, motivou a criação de uma petição na internet, dirigida ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, à ministra da Justiça e aos grupos parlamentares na Assembleia da República.

Os autores apelam ao Governo que "mantenha em funcionamento o único Centro Educativo do interior do país" e que garanta que os funcionários "mantêm a estabilidade familiar, profissional e residencial a que têm direito".

A concelhia do CDS-PP/Guarda referiu, em comunicado, que "concorda que haja novos projectos, no âmbito da justiça, que acrescentem valor e empregabilidade ao concelho da Guarda, mas sem que isso signifique o encerramento ou substituição das instituições existentes, muito menos que esses serviços sejam transferidos do interior para o litoral".

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