Câmara candidata produção de bonecos de Estremoz a Património Mundial

A produção artística tem mais de 300 anos e consiste na modelação de uma figura em barro.

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A Câmara de Estremoz vai avançar com a candidatura da produção de bonecos de Estremoz em barro a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, revelou esta segunda-feira o município alentejano.

De acordo com a autarquia, o processo de investigação, produção de conhecimento e angariação de apoios está a decorrer há cerca de um ano, tendo em vista a integração da produção de bonecos na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O boneco modelado ao modo de Estremoz é uma produção artística de carácter popular, com mais de 300 anos de história, que era maioritariamente executada por mulheres nos primeiros séculos de existência da arte.

A arte consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e efectuada manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII.

Em Abril deste ano, segundo o município, vai ser entregue à Direcção Geral do Património Cultural o "Pedido de Inventariação como Património Cultural Imaterial da Produção de Bonecos de Estremoz em Barro".

Depois, a autarquia pretende avançar com a constituição de comissões de honra e executiva, que têm como objectivo dar seguimento à "candidatura da produção de bonecos e não dos bonecos propriamente ditos".

O município tenciona também enviar, em breve, à Comissão Nacional da UNESCO e à Secretaria de Estado da Cultura a carta que formaliza a candidatura oficial.

A autarquia vai promover ainda a elaboração de um "Plano de Salvaguarda do Boneco de Estremoz", que pretende "dar visibilidade aos artesãos e à arte", atrair jovens artesãos para a barrística, dar seguimento à investigação, publicar monografias temáticas e realizar actividades educativas na região e no país.

No âmbito do mesmo plano, estão previstas actividades de promoção do boneco e dos artesãos, dando a conhecer "uma arte popular tão emblemática de Estremoz e do Alentejo, mas também de Portugal".

O plano de salvaguarda prevê também a candidatura da colecção de bonecos de Estremoz de Júlio Maria dos Reis Pereira, do Museu Municipal de Estremoz Professor Joaquim Vermelho, a colecção de Interesse Nacional.

Actualmente, trabalham na arte Afonso Ginja, Duarte Catela, Fátima Estróia, Irmãs Flores, Maria Luísa da Conceição, Ricardo Fonseca, Jorge da Conceição, Carlos Alberto Alves, Célia Freitas, Miguel Gomes e Isabel Pires.

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