As Caldas da Rainha vão integrar a Rede Europeia de Cidades com Termas, no âmbito de uma candidatura cuja aceitação vai ser publicamente formalizada na sexta-feira em Bath, Inglaterra, informou fonte da autarquia.

A cidade "foi aceite como membro da rede e a formalização será na Assembleia Geral, no próximo dia 6, em Bath, onde pela primeira vez vou participar em representação do município", disse à agência Lusa o vice-presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Hugo Oliveira.

A candidatura, apresentada em Outubro de 2014 em Acqui Terme (Itália), pressupunha "a realização de uma visita técnica", mas na comunicação enviada pela European Historic Thermal Towns Association (Rede Europeia de Cidades Termais), a que a Lusa teve acesso, a direcção considera "suficiente" a informação constante da candidatura, aceitando assim a adesão antes de visitar as termas.

"Numa altura em que queremos dar um novo ímpeto ao termalismo, com a passagem do património termal para a câmara, é importante estarmos junto daquelas que são as melhores termas de toda a Europa", sublinhou o vereador.

A adesão à rede vai permitir à autarquia o acesso às "melhores técnicas, melhor informação e melhor investigação nesta área", o que "será fundamental para contribuir para o projecto termal" da cidade, que conta entre o seu património com aquele que é considerado o hospital termal mais antigo do mundo.

Neste momento a unidade está a funcionar a meio gás, apenas com a fisioterapia. As termas foram encerradas em Março de 2013 devido à presença de legionella nas águas.

Em Janeiro, a autarquia aceitou a proposta de concessão do Estado por 70 anos, e do parque D. Carlos I (incluindo os pavilhões em risco de queda) e da mata envolvente por 50 anos. A aceitação do património permite à câmara concessionar o espaço a privados, quer para a exploração do hospital termal, quer para a construção de um hotel e SPA nos pavilhões centenários.

Contudo, consiga ou não parceiros privados para avançar com candidaturas a fundos comunitários, a Câmara ficará comprometida a investir nos três primeiros anos 2,5 milhões de euros na recuperação do Hospital Termal e, nos primeiros cinco anos do contrato, 9,7 milhões na recuperação dos pavilhões do parque.

A adesão das Caldas da Rainha à Rede Europeia de Cidades Termais foi apadrinhada pela cidade termal de Ourense (Espanha) e implica para o município o pagamento de uma quota anual de três mil euros. Além das vantagens em termos de promoção, Hugo Oliveira salientou a importância da participação da cidade nos "Cafés da Europa", fóruns de discussão do termalismo realizados rotativamente nas 26 cidades que integram a rede e "em rotas culturais e históricas" criadas no âmbito da Comissão Europeia.

A European Historic Thermal Towns Association (EHTTA) integra cidades termais de França, Espanha, Itália, Inglaterra, Roménia, Alemanha, Hungria, Croácia, Turquia, República Checa, Bélgica e, agora, Portugal. A rede visa a valorização e preservação do património cultural termal da Europa através de redes de cooperação e investigação.