British Bar está encerrado para obras de remodelação

O objectivo é melhorar as condições do estabelecimento mantendo-se, prometem os sócios, o estilo e o ambiente do histórico bar no Cais do Sodré.

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RAFAEL MARCHANTE/Reuters

O British Bar, situado no Cais do Sodré, em Lisboa, está fechado há mais de uma semana para obras de remodelação. Ao PÚBLICO, um dos sócios do estabelecimento, José Carlos Barbosa, garantiu que não vão modernizar o espaço, como receavam alguns dos seus clientes, mas apenas “limpá-lo porque estava desleixado”.

Casas-de-banho renovadas, chão polido, madeira envernizada, toldos exteriores novos, montras com diferentes decorações e electricidade melhorada são algumas das obras previstas. No menu, vão inovar com novos petiscos e mais cervejas artesanais.

Já a música será a mesma, para manter “o ambiente para a conversa”, diz José Carlos Barbosa, que também é proprietário do Bar Americano. O sócio acrescentou que vão contratar “duas colaboradoras” para substituir os dois empregados, que eram também sócios e que agora se reformaram. Contudo, um outro antigo empregado de balcão, que lá trabalha há 44 anos, vai continuar no bar.

As obras devem durar até meados desta semana, reabrindo nessa altura. José Carlos Barbosa garante que vai ficar “tudo igual”, melhorando-se as estruturas já existentes. Alguns clientes habituais receavam que o bar fosse "actualizado", perdendo o ambiente de pub para se modernizar e assim chamar gerações mais novas. Mas o dono garante que não. “Vamos ficar com a casa mais limpa”, diz.

O British Bar surgiu há mais de cem anos e apesar de se chamar “Bar Britânico” é 100% português. Nasceu naquele local em finais do século XIX e designava-se por “Taverna Inglesa”. Nesse período era frequentado por marinheiros britânicos e portugueses. A actual designação foi-lhe atribuída em 1919 pelo sócio gerente do bar da época.

Ainda hoje conserva a arquitectura de então. No interior, o balcão com um varão metálico ocupa o maior espaço. Porém, a peça mais reconhecida do bar é um relógio, cujos ponteiros funcionam no sentido da rotação da terra, ao contrário do habitual, e que José Carlos Barbosa garante que se manterá no estabelecimento. 

É um local histórico que a Câmara de Lisboa identificou como tal. Faz parte da lista de bens da Carta Municipal do Património Edificado e Paisagístico, tendo de obedecer ao Plano Director Municipal (PDM) que visa preservar a identidade histórica dos imóveis abrangidos. Qualquer intervenção tem de respeitar “o significado histórico do imóvel” e o “restauro deve basear-se no respeito pelas estruturas pré-existentes”, lê-se no documento. 

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