Braga terá um novo arquivo distrital no próximo Verão

O acervo que se encontra no complexo do Largo do Paço será deslocado para o edifício que começou a ser construído esta quarta-feira, libertando esse espaço para outras funções culturais.

Foto
O arquivo está actualmente instalado no antigo paço episcopal de Braga Hugo Delgado

O Arquivo Distrital de Braga vai ter um novo edifício ainda durante este ano, que vai permitir albergar aquele que é considerado um dos acervos documentais mais importantes do país. O equipamento começou a ser construído esta quarta-feira e deverá estar pronto até ao Verão, permitindo transferir os milhões de documentos à guarda da instituição desde há quase 100 anos.

Este arquivo está actualmente instalado no antigo paço episcopal de Braga, integrado no complexo do Largo do Paço, onde também funcionam os serviços da Universidade do Minho (UM). Aliás, a documentação está à guarda daquela instituição de ensino superior desde a criação da universidade, há 40 anos. O reitor António Cunha justifica a necessidade de investimento pelo facto de as actuais instalações “não garantirem condições à preservação, consulta e tratamento” dos documentos do arquivo distrital.

A obra lançada esta quarta-feira tem um custo total de 3,2 milhões de euros e prevê a requalificação do edifício existente – e que, até ao final da década de 1990, albergou a escola de Psicologia da UM –, próximo do Mercado Municipal de Braga. Além disso, no mesmo espaço será instalado o Centro Interpretativo da Universidade do Minho. Fruto desta intervenção, será também construído um novo volume, com cinco pisos e capacidade de armazenamento para 20 quilómetros de documentos.

Este investimento antecipa a celebração dos 100 anos do Arquivo Distrital de Braga, que se celebram em 2017. O seu espólio tem milhões de documentos e mais de 500 arquivos incluídos, entre os quais os do Cartório da Câmara Eclesiástica e do Cabido da Sé de Braga, por exemplo. Entre as peças mais importantes estão aquele que se supõe ser o documento mais antigo assinado por D. Afonso Henriques e o Liber Fidei, um livro de pergaminhos que recolhe a transcrição de 953 documentos dos séculos IX ao XIII.

O arquivo distrital vai manter uma presença no actual edifício do centro da cidade, que será dedicado a exposições temporárias de alguns documentos emblemáticos. Para o novo imóvel vai o acervo e os serviços. Esta operação vai permitir libertar o palácio episcopal do século XVIII onde actualmente se encontra. Esta será a primeira de várias alterações no funcionamento do complexo do Largo do Paço, composto por vários edifícios eclesiásticos construídos desde o século XIV.

O paço será “devolvido à cidade”, promete o reitor António Cunha: “É um edifício importante de mais e bonito de mais para ser usado para serviços administrativos”. Apesar de continuar a receber as acções mais simbólicas da vida da universidade, o equipamento passará a ter uma utilização pública, recebendo sobretudo eventos culturais. Para isso, os serviços administrativos da reitoria vão também começar a ser transferidos para instalações no campus de Gualtar da universidade.

No mesmo campus, começou também esta semana a ser construída a nova plataforma tecnológica de apoio à investigação na Escola de Ciências da Saúde. A principal valência desta obra de 2,9 milhões de euros – e que tem um prazo de execução de quase dez meses – é um biotério, um local de conservação de animais utilizados em experiências científicas, que vai estar ao serviço do Laboratório Associado ICVS-3B’s.

Sugerir correcção
Comentar