Bracarenses surpreendem responsáveis do Orçamento Participativo com 136 projectos

Primeira iniciativa do género no concelho tem meio milhão de euros para concretizar ideias dos munícipes.

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Câmara admite reforçar a verba disponível nas próximas edições

A população de Braga respondeu ao desafio do Orçamento Participativo (OP) e apresentou 136 propostas de obras e iniciativas para serem executadas no próximo ano.

No primeiro ano de funcionamento deste instrumento de participação dos cidadãos, o resultado conseguido foi surpreendente até para os seus responsáveis. As propostas apresentadas poderão contar com uma verba  até 85 mil euros para a sua execução, se conseguirem ser seleccionadas numa votação que começa no final do próximo mês.

A adesão dos bracarenses cresceu de forma exponencial nos últimos dias. No início da semana havia cerca de 40 projectos apresentados no portal criado pela Câmara de Braga, mas esse número não parou de aumentar desde então, chegando aos 136 à meia-noite desta terça-feira, quando terminou o prazo de submissão das propostas para o OP.

 “Não estávamos à espera”, reconhece o coordenador do OP de Braga, Eduardo Jorge Madureira. A concretização da iniciativa em 2014 foi sempre vista como “um ano zero” em que, por força do calendário apertado – a ideia foi lançada no final do ano pelo novo executivo municipal e a apresentação do projecto só aconteceu há um mês –, a submissão dos projectos tinha que ser feita em Agosto, um mês habitualmente pouco movimentado na cidade. “Eram várias contrariedades e as expectativas eram mais baixas, mas o resultado final é excelente”, avalia aquele responsável.

O coordenador do OP de Braga sublinha a satisfação não só com o número final de projectos submetidos, mas também com a sua abrangência, existindo propostas provenientes de “várias zonas" do concelho. “Não é só uma coisa urbana”, realça Madureira. Também o âmbito das ideias apresentadas é alargado, indo desde o ambiente, à protecção civil, passando pela mobilidade, turismo e projectos para o espaço público.

Eduardo Jorge Madureira atribui o sucesso deste primeiro ano do OP à “vontade de participação dos bracarenses”, que se “empenharam” em aproveitar este instrumento da democracia participativa, que pela primeira vez é posto à sua disposição desta forma.

Os serviços técnicos da autarquia vão avaliar as 136 propostas, até 9 de Setembro, em função da sua exequibilidade, adequação ao orçamento e às competência do município. Se houver ideias cujo conteúdo seja semelhante, pode haver lugar a fusões entre projectos. O trabalho seguinte é a “mobilização das pessoas” para votar, diz Madureira.

A escolha é aberta a todos os bracarenses, que podem votar, entre 29 de Setembro e 3 de Outubro, através do portal participe.cm-braga.pt. Quem não tiver acesso a um computador em casa, poderá fazer as suas escolhas nas juntas de freguesia. Os projectos vencedores serão apresentados publicamente a 8 de Outubro e serão incluídos no orçamento municipal para o próximo ano.

Para a primeira edição do OP de Braga, a Câmara destinou um montante global de meio milhão de euros ainda que o presidente da autarquia, Ricardo Rio, tenha admitido que a verba pode ser reforçada nos próximos anos, em função da adesão dos bracarenses. A iniciativa divide-se em duas categorias: os projectos agora apresentados concorrem a um apoio que pode chegar até 85 mil euros, para os quais está previsto um total de 425 mil euros. A outra categoria destina-se exclusivamente a ideias apresentadas por escolas e tem um valor global de 75 mil euros disponíveis, podendo as propostas ser ainda apresentadas até 10 de Setembro.

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