Bombeiros de Chaves demitem-se por desavenças com presidente da direcção

Alguns bombeiros da corporação queixavam-se de estarem a ser “perseguidos e ameaçados” pela direcção, por motivos pessoais

Foto
O incêndio foi combatido por 50 bombeiros Ana Banha/arquivo

Os Bombeiros Voluntários Flavienses, em Chaves, demitiram-se "em protesto" contra a permanência da presidente da corporação no cargo, a quem exigem a demissão por alegadas perseguições e pressões.

Dos actuais 52 bombeiros do corpo activo da corporação, 34 apresentaram a sua demissão, tal como o comandante, Almor Salvador, que há três meses está em ruptura com a direcção, revelou à agência Lusa o chefe dos Bombeiros Flavienses, António Duarte.

Enquanto estavam concentrados frente ao quartel à espera das 00h00 para cessar funções, alguns elementos da corporação envolveram-se em agressões, obrigando à intervenção da PSP.

“Tal como havíamos anunciado, se a presidente da direcção não se demitisse até hoje, abandonávamos nós o quartel e assim fizemos”, declarou.

Segundo António Duarte, alguns bombeiros da corporação andavam a ser “perseguidos e ameaçados” pela direcção, por motivos pessoais “há meses”, originando esta demissão.

O comandante, não compactuando com esta situação, também já havia anunciado a renúncia ao cargo, acrescentou.

“Saímos triste porque a grande maioria dos bombeiros estava na corporação há anos, mas a direcção não nos deu outra opção, não podíamos continuar a trabalhar naquelas condições”, explicou António Duarte.

Os 34 bombeiros demissionários passaram agora para o quadro de reserva da corporação.

O chefe dos bombeiros revelou que a presidente da direcção, Helena Barreira, “nunca se dignou” a falar com eles, demonstrando o “total desinteresse e desrespeito” pelos bombeiros.

Desde o dia 01 de Agosto, o quartel dos Bombeiros Voluntários Flavienses ficou em “serviços mínimos”, estando a população “mais desprotegida”, lembrou.

“O socorro às populações e bens vai ficar em causa porque o quartel vai ficar com menos gente, logo na altura crítica dos incêndios”, considerou António Duarte.

Em declarações à Lusa, a presidente da instituição rejeitou as acusações de que é alvo, garantindo “nunca” ter tido intenções de se demitir.

“Quando os bombeiros falam em perseguições, só se eles se referem a um processo disciplinar que levantei a uma bombeira, em Fevereiro deste ano, por me ter desrespeitado e insultado”, explicou.

Helena Barreira garantiu que a população de Chaves não irá correr perigos porque o quadro de reserva da corporação é “vasto” e foi contactado para reassumir funções.

A Lusa tentou contactar o comandante Almor Salvador, mas tal não foi possível.

Sugerir correcção
Comentar